Com informações da ONU
Depois de vários anos consecutivos de crescimento acelerado, o desempenho econômico de Moçambique em 2015 teve seu ritmo mais lento desde 2009, enquanto a economia continuou exposta a elevados riscos fiscais, segundo o Banco Mundial.
Embora as perspectivas para o país permaneçam sólidas, o Banco Mundial disse ser importante estabelecer políticas sólidas para gerir as pressões de curto prazo e criar as bases para o crescimento futuro, segundo relatório publicado no início deste mês.
De acordo com a instituição, a economia moçambicana continua enfrentando o desafio dos baixos preços das matérias-primas no mercado global e a fraca demanda dos parceiros comerciais, bem como a seca regional.
Essas condições desfavoráveis foram agravadas pela queda dos níveis de investimento e aumento da dívida pública. Em 2015, o investimento estrangeiro direto caiu 24%, as exportações diminuíram 14% e o crescimento do PIB desacelerou para 6,3%, atingindo seu nível mais baixo desde 2009.
A previsão do Banco Mundial é que o ambiente externo continue adverso ao longo de 2016. O relatório antecipa um declínio contínuo dos preços das principais exportações, continuidade da atual seca e um maior aperto fiscal, fatores que irão desacelerar ainda mais o crescimento do PIB, para 5,8% em 2016.
Para 2017, a previsão é de avanço acima de 7%, perspectiva que pode ser revisada para baixo dependendo dos níveis de investimento e dos ajustes fiscal e monetário.
“As pressões de curto prazo em 2016 apontam para a importância do reequilíbrio da posição externa, a reconstrução das reservas internacionais e garantia das decisões finais de investimento para o desenvolvimento dos campos de gás na bacia do Rovuma”, disse Shireen Mahdi, economista sênior do Banco Mundial para o país.
Embora as pressões econômicas de curto prazo sejam acentuadas, o relatório do Banco Mundial disse que os fundamentos econômicos do país permanecem sólidos.
O relatório incluiu também uma seção especial sobre investimento público e risco fiscal decorrente da dívida. Moçambique tem intensificado o investimento público nos últimos anos, o que fez sua dívida se acumular rapidamente, enquanto os mecanismos de diligência para administrá-la de forma mais eficiente continuam ultrapassados, disse a instituição.
O relatório destacou ainda a necessidade de melhorar o acompanhamento, a divulgação e gestão da dívida e dos riscos fiscais. “Estes esforços devem ser complementados por medidas destinadas a melhorar a capacidade do governo para avaliar e gerir os investimentos.”