Em setembro de 2018, um sistema de 11 quilômetros de canais e bacias de retenção foi inaugurado na cidade da Beira, na província de Sofala. A segunda maior cidade de Moçambique fica abaixo do nível do mar. O novo sistema de drenagem é parte de um projeto de US$ 120 milhões, apoiado pelo Banco Mundial para proteger a cidade das cheias e da subida dos oceanos.
Em 14 de março, quando o ciclone Idai atingiu a cidade, os canais ajudaram a salvar a vida de muitos dos seus 500 mil habitantes. Ainda assim, mais de 600 pessoas morreram. Cerca de 90% da infraestrutura deste centro urbano foi danificada. O vereador para o Desenvolvimento Humano e Institucional, José Manuel Moisés, disse à ONU News que o dano “podia ter sido muito pior”, mas que “o novo sistema ajudou a controlar as cheias.”
Agora, o representante diz que “a cidade precisa avançar com a segunda fase do projeto.”
A nova infraestrutura teve a visita do secretário-geral da ONU, António Guterres, durante a sua viagem ao país em julho. Enquanto recebia a explicação sobre o impacto dos canais na noite do ciclone, o chefe da ONU disse que o projeto era um exemplo que ajuda a criar aquilo que as Nações Unidas chamam de resiliência.
Para o secretário-geral, esse objetivo deve estar presente em todos os esforços de reconstrução. Guterres lembrou que “Moçambique não contribui para o aquecimento global”, mas “é o segundo país do mundo mais vulnerável em relação às consequências das alterações climáticas.”
Depois de visitar os canais, o secretário-geral foi até ao prédio da sede municipal da Beira. Subiu até ao terraço do edifício, olhou em volta para a destruição, e disse aos jornalistas que “está à vista, exatamente, o significado destas palavras.” Depois dos ciclones Idai no centro e Kenneth no sul, Moçambique avaliou suas necessidades pós-desastres. De acordo com a pesquisa, o país precisa de US$ 3,2 mil milhões para reconstruir as zonas atingidas. Em junho, durante uma conferência de doadores, foram prometidos cerca de US$ 1,2 mil milhões.