Em visita às Ilhas Maurícios na segunda semana de outubro, o diretor do Centro RIO+, Rômulo Paes de Sousa, conheceu as estratégias do país para acabar com a pobreza e prestou assessoria a gestores de políticas públicas. O arquipélago está desenvolvendo o que o governo chama de ‘plano Marshall’ para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS), sobretudo o que envolve o fim da miséria.
Segundo o Ministério da Integração Social e Empoderamento Econômico, investimentos estatais em saúde, educação e seguridade social representam quase metade do orçamento público.
A preocupação do estado com serviços universais de ensino e cuidado médico contrasta com “um modelo econômico presente desigual”, explicou o chefe da pasta, Prithvirajsing Roopun, em evento sobre pobreza e sustentabilidade. O dirigente lembrou também do robusto sistema de redistribuição de renda desenvolvido pelo governo para reduzir os impactos das disparidades sobre a população mais vulnerável.
“Temos que perceber, como uma nação, que o desenvolvimento não diz respeito apenas à criação de valor, mas também deve dizer respeito à garantia de valores, particularmente os valores da partilha. Nossa sociedade não deveria ser marcada por contrastes agudos, onde por um lado há uma notável acumulação de riqueza e, por outro, desigualdade e pobreza crescentes”, acrescentou o ministro das Finanças e Desenvolvimento Econômico, Pravind Jugnauth.
Segundo ele, pouco importa se a taxa de pobreza nacional é de 1%, 2% ou 10% quando uma família com crianças vivem na miséria. “Nenhuma família e nenhuma criança em Maurício deveria viver em tais condições”, condenou.
Durante o encontro, Paes de Sousa recomendou mudanças nos modelos atuais de combate à pobreza. Para o especialista, governo deve adotar um registro único dos beneficiários dos diferentes programas sociais, a fim de compartilhar dados sobre os indivíduos assistidos e monitorar necessidades dos habitantes das ilhas.
O chefe do Centro RIO+ — vinculado ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) — enfatizou ainda a necessidade de fortalecer a participação das comunidades e da sociedade civil na elaboração de iniciativas de assistência.
Paes de Sousa também propôs que a iniciativa privada tenha uma papel mais ativo no combate à pobreza, podendo contribuir na entrega de serviços ou através de programas de responsabilidade social.