Ciclone Idai: Mais de 500 mortes são registradas em Moçambique, Malawi e Zimbábue

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Foto da Cruz Vermelha em Beira, Moçambique

Com informações da ONU

O ciclone Idai deixou um rastro de destruição e mais de 500 mortos em Moçambique, Zimbábue e Malawi. O território moçambicano foi o mais atingido pela tempestade, que registrou ventos de 150 km/h e deixou mais de 400 mil desalojados desde o dia 14 de março. Até agora, segundo autoridades locais, foram registradas 259 mortes em Moçambique, 56 no Malawi e 200 no Zimbábue.

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) solicitou a doadores um orçamento de mais de 121 milhões de dólares para levar comida e assistência a 1,7 milhão de moçambicanos pelos próximos três meses. Segundo o organismo internacional, as províncias de Sofala e Manica foram as mais atingidas, com danos extensivos a estradas e pontes importantes.

Essas rotas estão agora intransponíveis. Redes de energia também foram destruídas e o abastecimento, cortado. O PMA afirma que é provável que comunidades fiquem sem eletricidade por várias semanas. A agência está utilizando drones para localizar e ajudar populações isoladas pelas chuvas.

Em meio à resposta da tragédia, o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) ressaltou que “muitas áreas permanecem inundadas e, tragicamente, a contagem dos mortos levará algum tempo”. Organizações internacionais estimam que o número de óbitos pode chegar a 1 mil.

O OCHA aponta ainda que 11,4 mil casas foram completamente destruídas e pelo menos 385 mil hectares de lavouras sofreram danos — o que, segundo o organismo, deve afetar a segurança alimentar da população pelos próximos meses.

Na quinta-feira (21), o Instituto Nacional de Gestão de Desastres anunciou que mais de 100 mil pessoas ainda estavam isoladas e sem qualquer assistência em Chimoio, Dombe e outras localidades da província de Manica.

Em Sofala, na cidade portuária de Beira, o epicentro da crise, a situação permanece crítica, segundo o porta-voz do OCHA, Jens Laerke. “A cidade ainda está sem energia, os preços dos alimentos teriam triplicado, com longas filas se formando para (a aquisição de) itens básicos, como pão e combustível”, afirmou o representante.

O escritório de assuntos humanitários da ONU também informou que 11 helicópteros da ONU e outras nações estão sendo utilizados em operações de emergência, com mais veículos a caminho. Outros 30 barcos estão sendo mobilizados para os esforços de resgate e assistência humanitária, por meio de financiamento do PMA.

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