A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) está alertando para o potencial destrutivo de uma praga de gafanhotos do deserto no sudeste de África. Essa região afeta cerca de 12 milhões de pessoas que já sofrem com insegurança alimentar.
A situação já afeta Etiópia, Quênia e Somália, onde dezenas de milhares de plantações e pastos foram danificados. Sudão do Sul e Uganda estão em risco. Segundo a agência, o potencial de destruição é enorme. Uma ‘nuvem’ de gafanhotos de um 1 km2 pode consumir, em um só dia, a mesma quantidade de alimentos que 35 mil pessoas. Em 24 horas, uma nuvem pode viajar 150 km.
O especialista da FAO, Keith Cressman, disse que “as nuvens de gafanhotos já começaram a pôr ovos e uma nova geração pode aumentar a dimensão do problema, por isso são necessários esforços urgentes para impedir o aumento e proteger a subsistência de agricultores e pastores.”
A FAO já está atuando com governos e parceiros, apoiando ações de controle da praga e esforços para dar assistência às populações afetadas. A ONU disponibilizou US$ 10 milhões do Fundo Central de Emergência (CERF) para esses esforços. Ainda assim, a FAO diz que é necessário aumentar, de forma urgente, as operações.
Em nota, o subsecretário-geral das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, disse que “se o surto não for controlado, pode se espalhar para mais países do leste da África, com consequências terríveis.”
Segundo o Escritório das Nações Unidas de Assistência Humanitária (OCHA), as mudanças climáticas “levaram a extremos climáticos severos, incluindo ciclones e chuvas extraordinariamente fortes, e fizeram com que as populações de gafanhotos aumentassem.”