Natalia da Luz, Por dentro da África
Em 2 de fevereiro é comemorado o Dia de Yemanjá, orixá africano associado à serenidade, equilíbrio e harmonia do lar.
Em entrevista ao Por dentro da África, o babalorixá Márcio de Jagun conta que Yemanjá é, sem dúvida, a mais popular divindade do panteão do candomblé yorubá do Brasil. Ele conta que o culto à Yemanjá nasceu à beira do rio “Lacaxá” (em português), na atual Nigéria e ganhou o mundo.
“Naquela época, ela era cultuada por ser mãe das crianças enfermas. Com o tráfico transatlântico (entre os séculos XVI e XIX), o culto cruzou o Atlântico e veio para o Brasil. Com o nosso sincretismo, aqui, Yemanjá passou a ser associada à Nossa Senhora, especialmente em Salvador, à Nossa Senhora dos Navegantes”, explicou Marcio.
O babalorixá destaca que não há um motivo específico para que Yemanjá tenha se tornado “rainha do mar” e não “rainha do rio”. “Por tudo o que eu já pesquisei, chego a conclusão de que Yemanjá aqui, passou a ser associada ao mar por ser herdeira de Olokun (na mitologia yoruba, Olokun é considerado a divindade masculina do mar). Como aqui no Brasil, não desenvolvemos o culto a Olukun, ela passou a ser a nossa rainha do mar”.
Confira a exposição virtual do fotógrafo Roger Cipó em homenagem à rainha do mar.
Set da entrega do Balaio à Yemojá, feito anualmente pelos devotos do terreiro Asé Iya G’unté, em Juquitiba/SP, onde o fotógrafo Roger Cipó é “Alagbé” (posto dado ao homem responsável por conduzir a orquestra dos atabaques).