Zâmbia tenta reencontrar a história em Copa do Mundo Sub-20

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CAF ZAMBIA
Foto da equipe da Zâmbia – CAF

Por André Carlos Zorzi, Por dentro da África 

No próximo dia 20 de maio começará a maior competição de categorias de base entre seleções de futebol, a Copa do Mundo Sub-20 da FIFA. Quatro participantes africanos terão a chance de revelar seus futuros talentos: Zâmbia, Senegal, Guiné-Conacri e África do Sul.

Na 1ª fase há seis grupos com quatro equipes cada. Avançam às oitavas de final os dois melhores colocados de cada grupo, além dos quatro melhores terceiros. A partir de então, os times se enfrentam em mata-mata.

Confira abaixo a expectativa de cada equipe!

ZÂMBIA

Grupo C: Portugal, Irã e Costa Rica.

Provavelmente a equipe mais tradicional da África a nunca ter disputado uma Copa do Mundo profissional, a Zâmbia possui ótimas lembranças da Coréia do Sul. Foi no país asiático que, em 1988, o time liderado por Kalushwa Bwalya goleou a poderosa Itália por 4 x 0, nos Jogos Olímpicos daquele ano.

Sem muitos holofotes sobre si – da mesma forma como iniciou a campanha olímpica – a equipe tem plenas chances de avançar de fase, e, conforme os cruzamentos, talvez até chegar mais longe. Além disso, o atual técnico, Beston Chambeshi, também foi um dos integrantes do elenco que disputou os Jogos Olímpicos.

No ano de 2012, quando foi disputar a CAN sediada no Gabão (em conjunto com a Guiné Equatorial), os zambianos também tinham um laço futebolístico com o país – infelizmente, negativo. A cidade de Libreville, palco da final, foi a mesma que, em 1993, ocorreu o desastre aéreo que matou toda a delegação do país presente em um voo. Na ocasião, os atletas conseguiram contrariar todas as expectativas e levantaram a taça.

O título desta vez parece muito improvável, mas, se tratando de Zâmbia, quem sabe não tenhamos outra coincidência histórica, com uma grande campanha?

Fique de Olho

Patson Daka, atacante de 18 anos de idade que já chama atenção no futebol austríaco. Foi eleito melhor jogador da Copa Africana de Nações Sub-20. Seus companheiros de ataque Chilufya e Sakala também são esperanças para balançar as redes.

SENEGAL

Moussa Kone of Senegal
De uniforme branco, Moussa Kone de Senegal

Grupo F: Equador, Estados Unidos e Arábia Saudita.

Os comandados de Joseph Koto, técnico que está há anos à frente das equipes de base da seleção senegalesa, têm tudo para avançar de fase e, dependendo dos cruzamentos, ir longe no torneio. A estreia diante dos sauditas e os jogos seguintes contra Estados Unidos e Equador parecem vitórias palpáveis.

A equipe vem de sua melhor participação na história do torneio, quando chegou às semifinais em 2015, sendo goleada pelo Brasil. “O que eles conquistaram foi uma proeza real. O país inteiro estava acompanhando as partidas e eles podem se sentir orgulhosos do que fizeram. Espero que sejamos capazes de fazer algo semelhante na Coréia”, contou o volante Diagne em entrevista ao site oficial da FIFA.

Fique de olho:

Um dos destaques da equipe é o Ousseynou Diagne, volante com características defensivas que atua pelo Lille, da França. No ataque, Krépin Diatta, que atua no futebol da Noruega.

ÁFRICA DO SUL

Luther Singh celebrates his goal with Nkosingiphile Ngcobo of South Africa during the 2016 Cosafa U20 Youth Championship Semi Final match between South Africa and Angola at Moruleng Stadium, Rusternburg South Africa on 14 December 2016 ©Muzi Ntombela/BackpagePix
Luther Singh celebrates his goal with Nkosingiphile Ngcobo of South Africa during the 2016 Cosafa U20 Youth Championship Semi Final match between South Africa and Angola at Moruleng Stadium, Rusternburg South Africa on 14 December 2016 ©Muzi Ntombela/BackpagePix

Grupo D: Japão, Itália e Uruguai.

Em um grupo forte, a equipe deve ficar pela 1ª fase. Para tentar avançar, porém, é primordial pontuar logo na estreia, diante do Japão. Na partida seguinte, pegam a Itália, que, apesar do peso da camisa, não possui tradição de campanhas relevantes em torneios de base. Por fim, o Uruguai, país que, mesmo pequeno em população, é conhecido por manter o desenvolvimento constante de grandes jogadores.

Fique de olho

Com apenas 17 anos de idade, o goleiro Wiseman Meyiwa, da base do Kaizer Chiefs, é a principal promessa para a posição no país. Apesar da idade, ano passado foi titular nas cinco partidas da equipe no continental.

A esperança de gols fica por conta do meia Luther Singh, que atua no futebol europeu, fazendo parte do time B do Braga, de Portugal.

GUINÉ-CONACRI

Técnico da Guiné-Conacri, Mandjou Diallo - FIFA -
Técnico da Guiné-Conacri, Mandjou Diallo – FIFA –

Grupo A: Coréia do Sul, Argentina e Inglaterra.

Terá um duro caminho pela frente, encarando os donos da casa logo na estreia e, em seguida, a Inglaterra, que apesar de não ter se classificado á última edição do mundial e não ter tanta força em torneios de base, é um país que se ‘respira’ futebol desde muito cedo. Na última rodada, enfrentarão os argentinos, maiores campeões da categoria, com seis títulos do torneio. Deve ficar pela fase de grupos, ou avançar como um dos melhores terceiros.

“Todos concordam que fomos colocados no ‘grupo da morte’, como dizem, porque estaremos enfrentando times de nível mundial”, afirmou o técnico da equipe, Mandjou Diallo, em entrevista ao site da FIFA. Ele ainda faz questão de ressaltar a supreação da seleção durante o período difícil ao qual o país passou recentemente: “Foi uma conquista real, especialmente porque a Guiné sofreu bastante com o vírus Ebola. Felizmente, estávamos relativamente seguros em Conacri, em comparação às regiões centrais e de florestas”.

O time participou do torneio no longínquo 1979, quando perdeu todas as suas partidas, sofrendo dez gols e sem marcar nenhum.

Fique de olho

Sylla Morlaye (meia) e Yamoudou Touré (atacante).