Natalia da Luz, Por dentro da África
Rio – De Botsuana, um país com mais de 2 milhões de habitantes localizado na África Oriental, um grupo de 12 atletas cruzou o Oceano Atlântico para competir nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro nas provas de judô, natação e atletismo. Na Vila dos Atletas, o Por dentro da África conversou com o chefe da missão, o psicólogo da equipe e o atleta mais jovem, Karabo Sibanda, promessa para o futuro do atletismo no país.
-Eu classifico essa experiência como maravilhosa. Muitas vezes, perdemos; outras, ganhamos. Não tivemos uma performance muito boa no judô e na natação, mas tivemos excelentes resultados no atletismo. Trouxemos atletas muitos jovens que treinaram e serão promessa para os próximos Jogos Olímpicos – disse ao Por dentro da África Moses Morussi, chefe da missão de Bostuana.
Responsável pela preparação psicológica do time, Tshepang Tshube lembra que é preciso controlar o nervosismo porque muitos dos atletas estão nas Olimpíadas pela primeira vez e se cobram de muitas maneiras.
-O mais importante é que os atletas estejam preparados para os jogos. É preciso treinar a mentalidade, a confiança no mais alto nível. Mesmo olhando para os atletas de forma individual, porque cada um têm o seu objetivo (como quebrar o próprio recorde, quebrar o recorde mundial, ficar em primeiro lugar), temos que trabalhar em equipe, como um grupo – destacou o médico Tshube.
Botswana, país que faz fronteira com a África do Sul, Namíbia, Zimbabwe, Zâmbia e Angola, já competiu em oito Jogos Olímpicos. A estreia foi em 1980, em Moscou, e a primeira medalha olímpica nos Jogos de 2012, em Londres, com Nijel Amos, que conquistou uma prata nos 800m.
-Para mim, o nosso limite, somos nós mesmos quem estabelecemos. Eu digo pra mim mesmo que eu defino o limite e supero – disse Karabo Sibanda, atleta de 18 anos, que começou a treinar há 4 anos, enquanto assistia aos Jogos Olímpicos de Londres.
Fã de Usain Bolt, Sibanda, especializado nos 400m, ganhou duas medalhas no Campeonato Africano de 2016, realizado em Durban, na África do Sul. Em 2015, o jovem conquistou muitos títulos, inclusive, o primeiro lugar na Competição de Atletismo da Juventude Africana.
-Aqui, em 2016, eu tive a chance de ir a uma final onde o recorde mundial foi batido, pude ver Bolt, Osafa Powell (atleta jamaicano). Isso foi muito para mim. Isso não é algo que você vê sempre na sua vida, muitas vezes, uma vez na vida. Isso é algo único e eu vivi isso!”