Às vésperas de iniciar sua participação nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, a inédita Equipe Olímpica de Atletas Refugiados foi formalmente apresentada nesta terça-feira (2) ao Comitê Olímpico Internacional (COI). Mais uma vez, a equipe capturou a atenção do mundo esportivo e enfatizou a importância de dar aos refugiados a oportunidade de alcançar seus sonhos.
Às vésperas de iniciar sua participação nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, a inédita Equipe Olímpica de Atletas Refugiados foi formalmente apresentada nesta terça-feira (2) ao Comitê Olímpico Internacional (COI). Mais uma vez, a equipe capturou a atenção do mundo esportivo e enfatizou a importância de dar aos refugiados a oportunidade de alcançar seus sonhos.
“Sentimos que somos parte do mundo, como seres humanos. Este é o começo de nossas vidas, que serão mudadas para sempre”, afirmou o refugiado sul-sudanês Yiech Pur Biel, 21 anos, que disputará as provas de atletismo na categoria 800 metros.
“Obrigado a todos que nos apoiam e que nos deram a chance de estar aqui e perseguir nossos sonhos”, disse a nadadora síria Yusra Mardini, de 18 anos. “Somos como todas as pessoas no mundo”, completou a atleta, que disputará 200 metros nas categorias borboleta e nado livre.
A apresentação dos atletas ocorreu durante a 129ª sessão do COI, reunião anual que reúne todos os membros do comitê.
“A participação dos refugiados nos Jogos Olímpicos é um sinal de esperança para todos os refugiados do mundo. Eles não tinham um país para defender e nem uma bandeira para competir. Agora, têm”, afirmou o presidente do COI, Thomas Bach.
A equipe, que conta com dez atletas refugiados, disputará os Jogos do Rio em nome do COI, defendendo a bandeira olímpica. Eles competirão nas modalidades natação, judô e atletismo (corrida e maratona).
Caso os atletas ganhem medalhas, a famosa bandeira com cinco argolas será erguida, ao som do hino olímpico. A equipe é composta por dois nadadores sírios, dois judocas congoleses, um maratonista etíope e cinco corredores sul-sudaneses.
O diretor da solidariedade olímpica, Pere Miró, afirmou que a Equipe Olímpica de Atletas Refugiados é um símbolo de solidariedade e esperança.
“Estamos muito felizes por ter esta equipe nos Jogos do Rio e acreditamos que os esportes podem contribuir para um futuro melhor e promover a qualidade de vida”, disse, lembrando que há mais de 60 milhões de pessoas em todo o mundo forçadas a se deslocar dos seus países de origem devido a guerras, conflitos e perseguições.
Ao discursar brevemente na sessão do COI, a nadadora síria Yusra Mardini afirmou estar contente de fazer parte do time e representar milhões de pessoas no mundo. “Esperamos inspirar novos atletas em todo o mundo, não apenas refugiados”, afirmou.
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) é parceira do Comitê Olímpico Internacional na iniciativa. A partir de uma solicitação do COI, a agência identificou refugiados em todo o mundo com experiência esportiva e encaminhou os nomes ao COI.
A partir daí, o comitê atuou com as federações e os comitês nacionais em um programa de treinamento de atletas, culminando com a seleção dos dez refugiados que se encontram no Rio de Janeiro.
Segundo Pere Miró, cerca de 1 mil solicitações foram consideradas na montagem da Equipe Olímpica de Atletas Refugiados. “Mas após uma seleção rigorosa, apenas dez foram selecionados. Eles são refugiados e têm nível esportivo para competir”, atestou o diretor do COI.
Os atletas refugiados, suas respectivas nacionalidades e países de refúgio, e modalidades esportivas, são:
Ramis Anis, da Síria (Natação, 100 metros borboleta – masculino); vive na Bélgica;
Yiech Pur Biel, do Sudão do Sul (Atletismo, 800 metros – masculino); vive no Quênia;
James Nyang Chiengjiek, do Sudão do Sul (Atletismo, 400 metros – masculino); vive no Quênia;
Yonas Kinde, da Etiópica (Atletismo, maratona – masculino); vive em Luxemburgo;
Anjelina Nada Lohalith, do Sudão do Sul (Atletismo, 1.500 metros – feminino); vive no Quênia;
Rose Nathike Lokonyen, do Sudão do Sul (Atletismo, 800 metros – feminino); vive no Quênia;
Paulo Amotun Lokoro, do Sudão do Sul (Atletismo, 1.500 metros – masculino); vive no Quênia;
Yolande Mabika, da República Democrática do Congo (Judô, peso médio – feminino); vive no Brasil;
Yusra Mardini, da Síria (Natação, 200 metros livres e borboleta – feminino); vive na Alemanha;
Popole Misenga, da República Democrática do Congo (Judô, peso médio – masculino); vive no Brasil.