Por André Carlos Zorzi, Por dentro da África
Camarões-2000
Em Sidney-2000, Camarões passou da fase de grupos na segunda colocação, após vencer o Kuwait (3 x 2) e empatar com Estados Unidos (1 x 1) e República Checa (1 x 1). Na fase seguinte, veio a classificação histórica contra o Brasil: Graças a um gol de M’Boma, aos 17’, os camaroneses venciam a partida. Já nos acréscimos do segundo tempo, N’Guimbat derrubou Alex em frente à area e foi expulso, deixando o time com nove em campo, uma vez que Geremi também havia sido punido aos 30’, ao atrasar uma reposição de bola. Ronaldinho cobrou a falta e empatou a partida, levando o jogo para a prorrogação.
No tempo extra, o Brasil dominou o jogo, e criou muitas chances, chegando inclusive a marcar um gol impedido, e mandar uma bola no travessão. Aos 8’ do segundo tempo da prorrogação, M’Bami marcou o gol de ouro classificando o time para as semi finais.
O time ainda viraria um jogo incrível contra o Chile para garantir a vaga na final, após sofrer um gol contra aos 28’ do segundo tempo, e virar com gols aos 39’ e 44’. Na grande final, a Espanha abriu 2 x 0 no primeiro tempo, e os camaroneses conseguiram empatar a partida nos 15 primeiros minutos do segundo tempo, graças a um gol de Eto’o. Nos pênaltis, conquistaram a primeira medalha de ouro da história de seu país em uma Olimpíada.
Zâmbia-1988
Nas Olimpíadas de Seoul ocorreu uma das mais históricas vitórias do futebol africano. Àquela edição, poderiam ser convocados apenas jogadores que nunca haviam disputado uma Copa do Mundo em sua carreira, permitindo a presença de diversos jovens atletas, e jogadores de qualidade que já tinham experiência por suas seleções principais, apesar de nunca terem jogado uma Copa.
Na segunda rodada do Grupo B, Zâmbia e Itália se enfrentariam. Na primeira partida, os africanos haviam empatado com o modesto Iraque por 2 x 2, enquanto a Itália havia goleado a Guatemala por 5 x 2. Todos imaginavam uma lavada italiana, quando veio a surpresa.
O que se viu em campo foi um verdadeiro show de Kalusha Bwalya, que marcou três gols na partida, aos 41’ do primeiro tempo, e aos 11’ e aos 45’ do segundo. Pellegrini, contra, marcou o terceiro tento da partida, aos 19’ do segundo, totalizando 4 x 0 para a Zâmbia.
Os africanos repetiriam o placar contra a Guatemala dias depois, gerando bastante euforia no país, com a possibilidade de uma história medalha. A alegria não durou muito, e logo na fase seguinte, foram goleados também por 4 x 0 pela Alemanha Ocidental, e deram adeus à competição.
Alguns jogadores daquela equipe estavam no fatídico desastre aéreo de 1993, ocorrido no Gabão, quando 25 pessoas morreram devido à queda do avião da delegação zambiana, entre elas, 18 atletas. Kalusha Bwalya não estava na aeronave, e hoje preside a Federação de Futebol do país.
Gana-1992
A primeira medalha Olímpica no futebol veio pelos pés de Gana, na Espanha. Na primeira fase, a equipe venceu a Austrália (3 x 1) e empatou com Dinamarca (0 x 0) e México (1 x 1), classificando-se em primeiro de seu grupo.
Nas quartas, ganhava por 2 x 0 do Paraguai quando sofreu o empate no segundo tempo. Na prorrogação, retomou a vantagem e acabou vencendo por 4 x 2. O sonho do ouro acabou com a derrota por 2 x 0 para os donos da casa, nas semifinais. Na disputa do bronze, encontraram novamente os australianos, e conquistaram a medalha graças a um gol de Asare, aos 19’.