Muhammad Ali, um dos maiores boxeadores de todos os tempos, faleceu na última sexta-feira, 3 de junho, após ser internado com problemas respiratórios. Eleito como o esportista do século pela revista americana Sports Illustrated, Ali colecionava uma legião de fãs, principalmente personalidades como Nelson Mandela.
O boxeador nascido nos Estados Unidos utilizou todo seu conhecimento do pan-africanismo para se colocar como o lutador da África. O seu compromisso com o esporte e engajamento político fizeram com que Nelson Mandela, ex-presidente africano e líder da luta contra o apartheid (falecido em 2013) considerasse Ali um de seus ídolos.
“Muhammad Ali não era apenas o meu herói, mas herói de milhões de jovens, negros sul-africanos porque ele trouxe a dignidade para o boxe. Quando eu conheci Ali, pela primeira vez, em 1990, eu estava extremamente apreensivo. Eu queria dizer tantas coisas para ele. Ele foi uma inspiração para mim, mesmo na prisão, porque eu pensava na bravura dele e no compromisso com o esporte”. – (Citações sobre Muhammad Ali – Uma viagem de trinta anos por Howard Bingham, 1993)
Morto aos 74 anos, na Arizona, Estados Unidos, o boxeador dizia se sentir, apesar de ter nascido nos Estados Unidos, um africano. “Estou contente em dizer ao nosso povo que há mais coisas na África do que leões e elefantes. As pessoas não falam sobre os magníficos hotéis, casas bonitas, praias, grandes hospitais, escolas e universidades”, disse em Gana durante sua primeira visita à África, em 1964.
Ali foi três vezes campeão mundial e venceu 56 das 61 lutas. Conhecido pelo seu ativismo, o lutador disse que gostaria de ser lembrado “Como um homem que nunca vendeu seu povo. Mas se isso for muito, então apenas como um bom boxeador. Eu nem vou me importar se não for mencionado o quanto eu fui bom”.