A história da escravidão será destaque no carnaval do Rio de Janeiro

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Com informações da ONU Brasil

A escravidão na história da Humanidade será mostrada no carnaval do Rio de Janeiro, pela Paraíso do Tuiuti. A escola de samba vai propor uma reflexão sobre os 130 anos da Lei Áurea e como a escravidão ainda permanece nos dias atuais. Assista à reportagem da ONU Brasil em vídeo:

“Começamos o desfile lembrando a exploração do trabalho realizado por civilizações antigas para mostrar que isso é um mau hábito da humanidade desde muito tempo. Depois, vamos para a África, para falar do Tráfico Transatlântico e, aí, abordamos a exploração nas culturas da cana-de-açúcar, café e mineração aqui no Brasil”, detalhou ao Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) o carnavalesco Jack Vasconcelos.

Jack conta que o grande momento da apresentação no Sambódromo – a escola será a quarta a desfilar no domingo, dia 11 de fevereiro – será a assinatura da Lei Áurea, que há 130 anos aboliu a escravidão no Brasil. O país foi o último território nas Américas a proibir o comércio de africanos escravizados.

“Lembramos que uma simples assinatura não resolveu nada. Pensar sobre isso é importante para compreender muito do que a gente passa hoje”, destacou o carnavalesco.

Membro do grupo de compositores, Dona Zezé ajudou a escrever o samba-enredo com o ponto de vista de quem vivencia na pele alguns resquícios da escravidão de seus ascendentes.

Ensaio da Paraíso de Tuiuti - Foto de Ewerton Pereira
Ensaio da Paraíso de Tuiuti – Foto de Ewerton Pereira

“Por sermos negros, temos certa dificuldade no ambiente social. Você pode ser formado, mas é sempre excluído. A escravidão social é algo do qual não nos liberamos. Ninguém vive os mesmos direitos sociais”, desabafa a compositora.