Com informações do Museu Afro Brasil
O Museu Afro Brasil apresenta, até o final do mês de janeiro, uma série de exposições em homenagem aos 15 anos da instituição. Integram este programa as mostras como ‘150 anos do poema O Navio Negreiro’ e ‘As gravuras aquareladas de Rugendas’. Um painel em homenagem aos 150 anos de nascimento da famosa mãe-de-santo baiana Mãe Aninha (Eugênia Anna dos Santos), fecha o núcleo brasileiro da mostra.
* Castro Alves – 150 anos do poema O Navio Negreiro
Instalação criada por Emanoel Araujo, a obra homenageia os 150 anos do seminal poema “O Navio Negreiro”, do poeta romântico e abolicionista baiano Castro Alves (1847-1871). Realizada em diferentes planos, a instalação tridimensionaliza a conhecida litogravura de Rugendas “Escravos negros no porão do navio”, ladeada por plotagens de Hansen Bahia (1915-1978), xilogravurista alemão radicado no Brasil, que ilustram o suplício dos negros escravizados. Também integra a instalação o áudio do célebre poema nas vozes de Caetano Veloso e Maria Bethânia, com participação de Carlinhos Brown.
* As gravuras aquareladas de Rugendas – Doação de Ruy Souza e Silva
As 12 litogravuras icônicas de Johan Moritz Rugendas (1802-1858), recentemente doadas à coleção do Museu Afro Brasil pelo colecionador Ruy Souza e Silva, contextualizam a vida da população negra escravizada do séculço XIX. Essas imagens foram originalmente publicadas no luxuoso álbum “Voyage Pittoresque dans le Brésil”, editado em Paris pela Casa Engelmann & Cie., entre 1827 e 1835. Rugendas chegou ao Brasil em 1821 como documentarista e desenhista da Expedição Langsdorff, que percorreu 16 mil km pelo interior do país com objetivo de constituir um inventário completo do Brasil.
* Walter Firmo – Ensaio sobre Bispo do Rosário
Interno por quase toda sua vida na Colônia Psiquiátrica Juliano Moreira, no Rio de Janeiro, o artista Arthur Bispo do Rosário (1911-1989) foi retratado neste comovente e único ensaio fotográfico produzido por Walter Firmo no ano de 1985. As imagens expostas captam extraordinários momentos de Bispo, prolífico criador em sua expressividade, muito além de seu inconsciente criativo. No total, a mostra apresenta 23 fotografias.
* Rommulo Conceição – Tudo que é sólido desmancha no ar
Um conjunto de fotografias da série “Entre o espaço que eu vejo e o que percebo, há um plano”, de 2016-2017, desenhos sobre fotografias da série “Tudo que é sólido desmancha no ar”, de 2017, e duas esculturas/instalação, entre ela “Duas pias, ou quando o lugar se transforma em conteúdo”, compõe a individual do artista baiano radicado no Rio Grande do Sul.
* A Geometria de Paulo Pereira
Vinte e nove esculturas trazem a público a geometria de caráter quase minimalista da produção do artista. Sua produção é caracterizada por um jogo entre forma e conteúdo a partir do uso de madeira escura como o jacarandá, aliada a cortes metálicos de movimentos sinuosos que alimentam uma imaginação construtiva que torce formas côncavas e convexas.
* Anderson AC – Pintura Muralista
Um total de 14 obras, entre pinturas e infogravuras, colocam o público em contato com a pintura espessa e expressionista do artista baiano, cuja produção, marcada pela consciência de um mundo cheio de diferenças sociais, se relaciona com a produção de murais urbanos.
* Elvinho Rocha – Pinturas do inconsciente
Élvio Rocha exibe 44 obras, entre pinturas em tinta acrílica sobre tela e guaches sobre papel, que mostram sua representação dos símbolos guardados em seu subconsciente. “Mais que pintura, essa é a revelação de uma mente sequiosa de se comunicar com o universo da criação artística”, escreve Emanoel Araújo, curador da mostra individual.
* Euloge Glélé – Esculturas dos Deuses Africanos do Benim
Conhecido pelas esculturas de máscaras tradicionais dos gèlèdes, o artista natural do Benim apresenta nesta individual 21 estatuetas de argila cozida com representações de personagens de cerimônias tradicionais encontradas nos terreiros dos povos fon.
* Alphonse Yémadjè – Símbolos dos Reis Ancestrais do Benim
Nesta individual, o veterano artista africano apresenta 10 obras criadas a partir do aplique ou “appliqué”, técnica de junção, justaposição, costura ou enlace de materiais têxteis sobrepostos, cujo conjunto resulta num verdadeiro livro de histórias em quadrinhos.
* Arte Nativa – África, América Latina, Ásia e Oceania
Na exposição são apresentadas 51 esculturas, além de tecidos, indumentária tradicional e colares do antiquário e colecionador francês de arte tribal, radicado em São Paulo desde os anos 1970. O raro e precioso conjunto de peças revela as descobertas de Christian em suas inúmeras viagens por diferentes continentes. O livro “Fetiches – diário de uma coleção de arte tribal” é uma primorosa edição de autor e tem distribuição pela Editora Olhares.
Período expositivo: de 20 de novembro de 2019 a 19 de janeiro de 2020
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, São Paulo – SP, 04094-050, Brasil
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