Até o dia 10 de fevereiro, o Museu de Arte de São Paulo (MASP) exibirá ‘Nostalgias Africanas’, exposição com 63 obras que retratam as populações afro‑uruguaias como foram imaginadas pelo advogado, político e artista Pedro Figari (1861‑1938).
Figari representa as populações negras de seu país através de cenas da vida comum, que revelam a complexidade dos modos de vida daquelas pessoas. Filho de imigrantes genoveses, Figari é o único artista branco que recebe uma exposição no MASP em 2018, no contexto de um ano todo da programação dedicado às histórias afro‑atlânticas, em torno dos “fluxos e refluxos” entre a África e as Américas, o Caribe, e também a Europa.
A exposição se divide em seis conjuntos que desdobram o tema do cotidiano. No primeiro deles estão as danças e festividades, sendo a mais importante o candombe — dança emblemática das populações afro‑uruguaias, praticada em grupo, ao som de tambores. O segundo conjunto apresenta o Dia de Reis, comemoração híbrida da festa católica dos Reis Magos, em pleno carnaval. As cenas que compõem o terceiro conjunto se passam no interior dos conventillos, habitações coletivas que floresceram em Montevidéu entre o final do século 19 e início do 20. No quarto conjunto estão os casamentos, e no quinto, as solenidades fúnebres. Instituição tão funesta quanto a própria morte, a escravidão é representada no sexto conjunto. O Uruguai foi aboliu a escravidão em 1842, 19 anos antes do nascimento de Figari e 46 anos antes de ser abolida no Brasil.
Serviço:
Av. Paulista, 1578
01310-200 São Paulo-Brasil
Visitação:Terças, das 10h às 20h. Quarta a domingo, das 10h às 18h.