Rio de Janeiro: Trem do Samba comemora os 100 anos de samba no Brasil

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Trem do Samba – Divulgação – Enildo do Rosário

Com informações de Viola Assessor

Em homenagem ao ano do centenário do samba, a edição 2016 do Trem do Samba programa dois dias de celebrações na cidade do Rio de Janeiro, nos próximos dias 2 e 3 de dezembro.

Idealizada pelo sambista, cantor e compositor Marquinhos de Oswaldo Cruz, a iniciativa cultural retrata a viagem de trem de Paulo da Portela e de outros sambistas do começo do século XX, que fugiam da repressão da polícia à cultura africana.

Com trilha sonora própria, o Trem do Samba acolhe as obras autênticas do estilo samba de raiz, partido alto, samba de terreiro, samba de roda e samba-enredo. É um som atemporal, que não se molda ao mercado fonográfico, livre e artesanal.

No dia 2 de dezembro, a programação do festival tem início à meia-noite com uma queima de fogos de artifício no bairro de Oswaldo Cruz. No final da tarde, cortejos formados pelo grande público e cinco grupos de rodas de sambas saem de locais estratégicos do bairro acompanhadas de bonecos gigantes, chamados “Senhores da Memória”, que representam as músicas inesquecíveis dos lendários sambistas da região da Grande Madureira.

Trem do Samba - Divulgação - Enildo do Rosário
Trem do Samba – Divulgação – Enildo do Rosário

À noite, todos os cortejos juntos seguem em direção à casa da Dona Ester (Rua Antônio Badajós), matriarca da região que costumava reunir os bambas da cidade em seu quintal.

Em seguida, os cortejos partem em direção à Praça Paulo da Portela. No trajeto, os grupos passarão pelo Palácio 450 Anos, dado ao bairro em função da sua história cultural no aniversário de 450 anos da Cidade Maravilhosa. Em frente ao busto de Paulo da Portela, grandes batuqueiros da história e os grupos musicais que integram a programação do dia 3 de dezembro do Trem do Samba, formam a maior roda de samba que já se viu.

Já no dia 3, a festa se inicia às 15h, com shows no Palco da Central do Brasil e a partir das 18h24, em intervalo de 20 minutos, quatro trens partirão da famosa estação em viagens diretas para Oswaldo Cruz – com animação e roda de samba nos 32 carros que compõem os trens. O acesso do público será feito por meio de ação social com a troca de 1 kg de alimento não-perecível pela passagem.

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Trem do Samba com Marquinhos de Oswaldo Cruz.- Divulgação – Enildo do Rosário

No bairro da zona Norte o público será acolhido em mais três palcos para shows, em que se apresentarão renomados artistas, além de várias rodas de samba distribuídas pelo bairro. A festa está prevista para se encerrar a uma hora da manhã.

O trem especial, onde vão Marquinhos de Oswaldo Cruz e as principais velhas guardas da cidade, fará uma parada especial para a entrada da Velha Guarda da Estação Primeira de Mangueira. “Isso acontecerá numa alusão à música ‘Sala de Recepção’, de Mestre Cartola, que compôs em homenagem a seu amigo Paulo da Portela, quando esse foi banido da Azul e Branco de Oswaldo Cruz. Paulo ficou por três dias na casa do poeta maior da Verde e Rosa. Esse ano, o Trem do Samba fará a sala de recepção ao inverso”, explica Marquinhos de Oswaldo Cruz.