Rio de Janeiro: participe da palestra ‘A Cosmogonia Bantu’

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No dia 13 de setembro, o Instituto dos Pretos Novos realizará, no centro do Rio de Janeiro, a palestra ‘Cosmogonia Bantu’. Solicite a sua ficha de inscrição pelo e-mail anc@pretosnovos.com.br

Sinopse: 

Na África Negra, o Espaço fornecia a moldura que ordenava e traçava as declinações possíveis da temporalidade. Como nas demais sociedades “arcaicas”, em África o Tempo definia-se tendo como marco epistemológico fundante, o espaço, um claro reflexo de uma vivência na qual a territorialidade era assumida como eixo da vida social.

Este tempo apegado ao espaço explicitava-se, por exemplo, na organização da produção e atividades voltadas para a obtenção de alimentos, inspiradas na evolução dos ciclos presentes no meio natural, em suas variações diurnas, sazonais e anuais, ou sintetizando, com o Tempo da Natureza. Uma atitude espacializante com relação ao transcorrer do Tempo, substantivava-se em todas as esferas da vida social do africano, inclusive em seu universo vocabular.

Neste particular, nota Alexis KAGAMÉ que nas línguas Bantu não são encontrados advérbios diferenciados para categorizar o Tempo e o Espaço, o que é demonstrativo, no campo lingüístico, de uma unidade ontológica que soldava ambas dimensões na consciência social (1975:104/105). Esta unidade tinha por justificativa metafísica uma coordenada individualizante de lugar e tempo (17), coincidência que dava significação aos movimentos, quer dizer às ações e paixões dos Existentes, sempre magnetizados por forças vitais (idem, 108/109).”