
Com informações do Ministério da Cultura
Representantes da Casa de Oxumarê, tradicional terreiro de candomblé de Salvador (BA), estiveram nesta quinta-feira no Ministério da Cultura (MinC) para solicitar apoio no combate à intolerância contra as religiões de matriz africana no Brasil. Os participantes também pediram apoio para a candidatura da cidade sagrada de Oió, na Nigéria, a Patrimônio Cultural da Humanidade.
O ministro da Cultura, Juca Ferreira, ressaltou a necessidade de se abrir uma “linha de combate” à intolerância religiosa contra os povos tradicionais de matriz africana. “É preciso articular uma reação pública contra essa situação”, destacou. Uma primeira ação, sugerida pelos religiosos e acatada pelo ministro, será a realização de um seminário sobre tolerância religiosa a ser organizado pelo MinC. “Será um evento importante para apontar caminhos”, observou Juca
Outra demanda dos representantes da Casa de Oxumarê é o apoio à candidatura da cidade de Oió, no sul da Nigéria, antiga capital do Império Iorubá, a Patrimônio Cultural da Humanidade. A demanda é que o Iphan preste consultoria técnica ao governo nigeriano na elaboração do dossiê de candidatura a ser apresentado à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e que o MinC ajude a sensibilizar outros povos latino-americanos da importância do reconhecimento
“Os povos africanos são essenciais na construção da cultura e da identidade brasileira. Ajudaram a fazer do Brasil o que ele é. Temos uma dívida muito grande com eles”, destacou Juca Ferreira. O ministro explicou que o apoio técnico ao governo nigeriano pode ser feito no Centro Lucio Costa, no Rio de Janeiro, que dá treinamento em gestão do patrimônio para técnicos do Iphan e também de países latino-americanos e africanos. Juca também se comprometeu em abordar o assunto com autoridades da Unesco e do Ministério das Relações Exteriores
Os participantes solicitaram, ainda, a criação de um plano de preservação e o início das obras de restauração da Casa de Oxumarê, fundada há 180 anos e tombada em janeiro de 2014 pelo Iphan. Ficou acordado que o Iphan fará um levantamento da situação do terreiro para, posteriormente, criar um plano de ação.






