Rio – O relator especial da ONU sobre formas contemporâneas de racismo, Mutuma Ruteere, ressaltou na última segunda-feira que as minorias raciais ou étnicas são desproporcionalmente afetadas pela pobreza com a falta de serviços de educação, moradia adequada e cuidados de saúde, transmitindo a pobreza de geração para geração.
Ruteere apresentou em seu relatório para a Assembleia Geral da ONU o que chamou de “vínculo indissolúvel” entre o racismo e a pobreza, destacando que a contínua vulnerabilidade socioeconômica das minorias é frequentemente o resultado de heranças históricas como o impacto da escravidão, colonização e da discriminação promovida pelo Estado.
Segundo ele, estes desequilíbrios históricos continuam afetando grupos discriminados, fazendo com que gerações sucessivas herdem as desvantagens de seus antecessores.
– A discriminação baseada na raça, fatores socioeconômicos, religiosos, étnicos e linguísticos agravam a vulnerabilidade dessas pessoas e grupos – disse Ruteere.
Grupos discriminados como os afrodescendentes, indígenas, ciganos, os Dalits e os migrantes são especialmente afetados pelas diferentes manifestações de pobreza nas áreas de direitos econômicos e sociais como educação, moradia adequada, cuidados de saúde, o direito ao trabalho em condições justas, segurança social, comida e água.
O relator especial recomendou que os Estados revisem e refaçam políticas e programas que possam ter um efeito negativo desproporcional sobre as minorias raciais ou étnicas tendo em vista a sua vulnerabilidade socioeconômica.
Os Estados poderiam implementar medidas eficazes para melhorar o acesso desses grupos aos direitos civis, culturais, econômicos, políticos e sociais, acrescentou Ruteere.
Com informações da ONU