O Dia Nacional do Choro em homenagem a Pixinguinha

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Pixinguinha
Pixinguinha – Divulgação

Por dentro da África

Rio – O dia 23 de abril é especial para a música brasileira. É o Dia Nacional do Choro e aniversário de Pixinguinha (1897 – 1973), conhecido como o pai da música brasileira. Ao longo da vida, Pixinguinha (Alfredo da Rocha Viana Filho) compôs dezenas de sucessos como Carinhoso, Paciente, Samba de Nego, Solidão. 

Aproveitando o dia para relembrar a importância de Pixinguinha, você sabe o que é o choro? O choro foi criado a partir da mistura de elementos das danças de salão europeias, música popular portuguesa e influências africanas. Ele surgiu no Rio de Janeiro, por volta do final do século 19.

Segundo a escola de música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o choro  acabou influenciando compositores dedicados ao campo da música de concerto que fizeram uso de procedimentos característicos do gênero em composições sinfônicas e de câmara.

‘Os primeiros conjuntos de choro surgiram nas últimas décadas do séc 19, no Rio de Janeiro, antiga capital do Brasil, nas biroscas do bairro Cidade Nova e nos quintais dos subúrbios cariocas. Era então visto como uma forma própria, digamos, “abrasileirada”, de executar ritmos estrangeiros populares àquela época, como o xote, a valsa e principalmente a polca; além, claro, dos batuques e lundus.’ – Fonte

O chorinho utiliza instrumentos como clarineta, flauta, acordeão, sax e bandolim. No Rio de Janeiro, onde Pixinguinha viveu, é fácil encontrar casas de chorinho. Na Lapa, está localizado o Instituto Casa do Choro, que preserva e divulga a música popular carioca. Inaugurada em 2015, a Casa do Choro, na Rua da Carioca, berço do estilo musical, se consolidou como centro de referência para músicos, pesquisadores e amantes do choro do Brasil e do mundo. Saiba mais sobre instituto aqui!

O Dia Nacional do Choro foi criado oficialmente em 4 de setembro de 2000, a partir de uma iniciativa do bandolinista Hamilton de Holanda e seus alunos da Escola de Choro Raphael Rabello em homenagem a Pixinguinha.

Considerado o maior nome do chorinho, Pixinguinha foi influenciado pela música dentro de casa. Seu pai era excelente na flauta e seus irmãos no cavaquinho. Quando compôs “Carinhoso” e “Lamentos”, considerados alguns dos choros mais famosos, Pixinguinha chegou a ser criticado porque essas composições carregavam uma forte influência de jazz. Hoje, elas são vistas como avançadas demais para a época.

Se você tem 15 volumes para falar de toda música brasileira, fique certo de que é pouco. Mas se dispõe apenas do espaço de uma palavra, nem tudo está perdido. Escreva depressa: “Pixinguinha”.

Ary Vasconcelos

Em 1919, Pixinguinha criou o grupo Os 8 Batutas que tinha em seu repertório choros, maxixes, canções sertanejas, batuques e cateretê. Em janeiro de 1922, eles foram para Europa como o primeiro grupo regional brasileiro a sair do país para uma turnê. Apenas na França, eles se apresentaram por seis meses na boate Schéhérazade. Com o sucesso, o grupo foi convidado para tocar em festas, bem como no cabaré Assírio, no subsolo do Teatro Municipal. Pixinguinha morreu aos 75 anos em 17 de fevereiro de 1973.

Referências

*Samba Choro – história e informações sobre personalidades da música brasileira
*Pixinguinha in ENCICLOPÉDIA da Música Brasileira: erudita, folclórica e popular. 2ª edição. São Paulo: Publifolha, 1998. p. 633-636.
*Almanaque Pixinguinha por Renato Roschel
Cidade as Artes – http://cidadedasartes.rio.rj.gov.br/noticias/interna/338