São Paulo – No encontro “Escravidão e trabalho compulsório no Brasil”, realizado no Sindicato dos Bancários de São Paulo, nesta quarta-feira, o historiador Luiz Felipe de Alencastro abordou muitos aspectos da relação entre o Brasil e o continente africano.
– Entraram no país mais de 4.8 milhões de africanos escravizados, número oito vezes maior do que os portugueses que chegaram aqui até 1850. É como se o Brasil fosse um país de colonização africana e europeia – destacou o também cientista político durante o primeiro debate do ciclo “Conversas sobre África”, organizado pelo Instituto Lula, que contou com a presença de Clara Ant, diretora da Iniciativa África do Instituto Lula; Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários e Celso Marcondes, coordenador-executivo da Iniciativa África.
Calcula-se que nas 15.850 “viagens negreiras” saíram da África 5.5 milhões de pessoas, sendo que 4.8 milhões desembarcaram diretamente no Brasil.
Segundo Alencastro, professor da Universidade da Sorbonne (Paris) e especialista nas relações Brasil-África, nenhuma outra nação fez incursões tão interiores na África como Portugal em Angola. Nessas batalhas de captura de escravos, participaram muitos soldados nascidos no Brasil e acostumados aos trópicos, muitos deles caboclos e mestiços.
– O Rio de Janeiro é o maior porto negreiro das Américas e, Luanda, o maior porto negreiro da África. Duas cidades de língua portuguesa. Isso não é acaso.
Com informações do Instituto Lula