Por Bruno Pastre Maximo e Bernardo da Silva Heer, Por dentro da África
Cotonou, Benin – Com quase 800 mil habitantes, Cotonou é a maior cidade do Benim e também a mais importante, economicamente. Por conta disso, a cidade que já foi um Estado autônomo até o século XVIII, reúne uma série de serviços como restaurantes ocidentais, supermercados, discotecas, livrarias, bancos e grandes hotéis.
Para fazer uma aclimatação, há uma lista de locais que você não deve deixar de visitar: o monumento aos mártires da resistência colonial; o centro da cidade, incluindo a catedral colonial e o mercado central; o monumento Etoile Rouge, construído na época socialista pelo presidente Kerekou; a estação ferroviária colonial; Centro de Convenções e, principalmente, os centros culturais francês e Fundação Zinsou, com uma extensa programação e exposições.
Cotonou é de longe o melhor local para poder vivenciar a noite do Benim, com diversas discotecas para dançar e conhecer pessoas. Estivemos em uma das principais da cidade, o Tabu, próximo da Haie Vive. Por lá, a entrada é gratuita, mas os preços depois que você passa da porta são caríssimos (a garrafa de Vodca custa facilmente 200 reais).
Veja a música que faz sucesso nas pistas de Cotonou
A música é predominantemente africana ou afro-americana e garante uma noite de muita dança! Nós éramos os únicos brancos na discoteca. Apesar de sermos os “diferentes”, fomos muito bem recebidos. Olharam com desconfiança e, depois que “demos um show”, a galera foi dançar com a gente! Um comportamento que é tão comum no Brasil, Estados Unidos e Europa, não é muito observado por lá… Não há “pegação”, o objetivo principal é mesmo dançar! Nós fizemos muitos, muitos amigos!
Ao redor de Cotonou existem dois locais de bastante interesse: a cidade universitária de Abomey-Calavi (com a maior universidade do país) e a cidade lacustre de Ganvie. A universidade apresenta uma intensa vida estudantil, com muitos estudantes e cursos distintos. Com uma grande produção acadêmica, é o ponto de referência científica do país, apesar da estrutura precária.
Dica! Na cidade tivemos uma boa experiência neste albergue
Estivemos na biblioteca e constatamos uma produção acadêmica de muita qualidade! As aulas são todas em francês, e os alunos que vimos usavam roupas tradicionais e também ocidentais. A universidade, apesar de ser pública, é paga (mas não é cara). A maioria dos alunos trabalha e estuda.
Ganvie – intitulada “Veneza Africana”- é de intenso interesse por ser algo peculiar. A cidade fica a uns 40 km da cidade de Cotonou, e é possível chegar por meio de moto-táxi e ônibus. Chegando ao porto, é necessário contratar um barco para o passeio sobre o lago. Existem duas opções: o barco a motor, mais rápido, e o a remo. O preço é caro para os padrões locais, mas a experiência é única.
A cidade possui cerca de 40 mil habitantes, não tem luz e água encanada, e todo o sistema de transporte é através de água. As casas são construídas em palafitas e não possuem ligações, a não ser por barco. Na cidade, a visita inclui um centro cultural, com alguns artesãos vendendo seus produtos, e a loja oficial de artesanato da comunidade, que vende, principalmente, peças lindas de madeira.
Confira aqui a introdução ao Especial Viajando por Benim, Togo e Gana
Ganvie, segundo o guia do barco, foi construída por pessoas fugindo da escravidão, tornando o ambiente histórico da cidade peculiar e único. Existe toda uma cultura da cidade, incluindo rei e língua próprios, que infelizmente não nos foi possível acessar com uma visita tão curta. Caso queira, e recomendamos, é possível dormir no hotel de palafitas que existe na cidade.