Maior candomblé de rua do mundo é reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil

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Fotos de Kleidir Costa/Ascom Sepromi

Com informações da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial

Em reunião ordinária realizada nesta quinta-feira (13), em Brasília (DF), o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, vinculado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), aprovou por unanimidade o registro do Bembé do Mercado como Patrimônio Cultural do Brasil. Considerado o maior candomblé de rua do mundo, a festa acontece sempre no mês de maio, em Santo Amaro da Purificação, agregando mais de 40 terreiros da região, fazendo alusão à abolição da escravatura.

A titular da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Fabya Reis, ressaltou os legados do Bembé do Mercado em seus 130 anos de tradição. “Esta é uma grande conquista e reconhecimento à luta histórica dos povos tradicionais de matriz africana. O Bembé reforça o diálogo interreligioso, levando adiante a mensagem do respeito à diversidade, às nossas culturas, ao direito constitucional de livre crença”, destacou.

A secretária de Cultura do Estado (SecultBA), Arany Santana, ressaltou que este é um momento histórico que a Bahia e o Brasil estão vivendo. Para ela, o registro aprovado pelo conselho deixa a mensagem da necessidade de reconhecimento da resistência contra a escravização e por uma vida plena. “É o sentimento da libertação ao povo negro”, pontuou a gestora.

Tombamento na Bahia – O Bembé do Mercado é tombado como Patrimônio Imaterial da Bahia desde 2012, processo efetivado por meio do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac). Também agrega manifestações culturais como samba de roda e capoeira, além de debates temáticos, feiras, dentre outras atividades.

Presenças – Estiveram presentes lideranças de diversas frentes, a exemplo do babalorixá José Raimundo Chaves (Pai Pote) e outras lideranças do Recôncavo baiano; a dirigente do IPHAN, Kátia Bogéa, que presidiu a sessão, o reitor da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), Silvio Soglia; o dirigente do IPAC, João Carlos Oliveira; e o prefeito de Santo Amaro, Flaviano Silva.