Leitores do Por dentro da África fazem seleção de filmes sobre o continente africano

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Mariana Nissen, Por dentro da África

Aprender mais sobre a complexidade dos 54 países que compõem o continente africano pode parecer uma tarefa difícil. Antes, contávamos com as locadoras de filmes de arte para encontrar títulos produzidos por africanos ou que retratassem histórias relacionadas ao continente, já que poucas produções chegavam à TV aberta. Hoje, as novas tecnologias ajudaram a aproximar fronteiras e promover com mais facilidade em nossas telas a diversidade, história e traços culturais das nações africanas. Os leitores do Por dentro da África sugeriram títulos importantes para conhecer melhor a África.

(Pièces d’identités, 1998)

‘Documento de Identidade’ (Pièces d’identités, 1998)– Um rei africano decide mandar sua filha para estudar na Bélgica. Os anos passam e a jovem deixa de dar notícias. Preocupado, o pai viaja para procurá-la. O filme intercala reflexões sobre a colonização belga e situações insólitas que o protagonista passa até, finalmente, encontrar filha. *Enviado pelo leitor Dos Santos

Heritage Africa
Heritage Africa

‘Heritage Africa’ (1989) – Essa produção de Gana demorou anos para ser feita porque não contou com subsídios estrangeiros para sua produção. A obra conta a história de Quincey Bossomfield, um ganês que quando criança foi escolhido pela família para estudar no Colégio Britânico. Inicialmente, o jovem é contra a ideia e não quer abandonar a família, mas, com o passar do tempo, Quincey alcança posições elevadas na administração colonial, ao mesmo tempo que esquece da sua cultura e tradições.
*Enviado pelo leitor dos Santos

dry
Dry (2014)

‘Dry’ (2014) – O filme, sem tradução para o português, enfoca uma realidade que afeta cerca de 3 milhões de meninas em todo o mundo: o casamento infantil. A produção nigeriana mostra a história de Halima, uma menina de 13 anos, cujos pais a vendem para um homem de 60 anos. A violência sexual e os constantes estupros acabam provocando consequências graves para a sua saúde. A chegada de uma médica ao vilarejo ajuda Halima e outras meninas a superarem seus traumas psicológicos.
*Enviado pelo leitor Dos Santos

 

meiosolamarelo
Meio sol amarelo (Half of a Yellow Sun, 2013)

‘Meio sol amarelo’ (Half of a Yellow Sun, 2013) – Meio Sol Amarelo é inspirado na história da Guerra Civil Nigeriana, também conhecida como Guerra da Nigéria contra Biafra, ocorrida entre 1967 e 1970. A obra é baseada no romance homônimo da nigeriana Chimamanda Ngozi Adichi, publicado em 2006, e considerado um dos melhores relatos desse período. Com ênfase na relação de duas irmãs, o enredo mostra desde sua criação no seio da aristocracia do país até as consequências do conflito e disputas raciais.
*Enviado por Solange Barbosa

Bamako (Bamako, 2006)

‘Bamako’ (Bamako, 2006)-  Na capital do país, título do filme, cidadãos africanos instauram um tribunal para julgar as políticas de instituições financeiras como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional e suas consequências para o endividamento e dependência do país. O teor político da produção contrasta com o dia a dia da população local, alheia as revindicações de como a globalização, restrições e condições impostas afetam suas vidas e sua sobrevivência. O filme inclui uma pequena participação de Danny Glover, que também atua como produtor executivo.
*Enviado pelos leitores Julio Alexandre e Dariva Dariva

Uma lição de vida (First Grader, 2010)

‘Uma lição de vida’ (First Grader, 2010) – Esse comovente filme conta a história de Kimani Ng’ang’a Maruge, eu foi preso e lutou pela independência do país. Aos 84 anos, Kimani decide frequentar pela primeira vez a escola do seu vilarejo e, apesar da boa receptividade das crianças, encontra resistência do governo local.
*Enviado por Sérgio dos Santos e Renata Banax

O Jardineiro Fiel (Constant Gardener, 2005)

‘O Jardineiro Fiel’ (Constant Gardener, 2005) – A aparente história de amor ganha contornos de drama, suspense e terror ao revelar uma assustadora faceta da indústria farmacêutica e missões diplomáticas na África. Ralph Fiennes dá vida ao protagonista, um cauteloso e reservado diplomata britânico que se muda para o Quênia com sua esposa, Tessa, que se dedica à população local e termina envolvendo-se em uma investigação que culmina em sua morte. O diretor do filme é o brasileiro Fernando Meirelles.

*Enviado pelas leitoras Fernanda Rocha e Flavia Cardoso

Njinga, Rainha de Angola (2013)

‘Njinga, Rainha de Angola’ (2013) – O papel das mulheres na luta contra o colonialismo, quando retratado, quase sempre aparece em segundo plano. Esta produção angolana, no entanto, faz justiça à história e dá protagonismo a uma mulher guerreira que usou tanto a diplomacia quanto as armas para conquistar a liberdade de seu povo no século 17. Enviada por seu irmão a uma conferência de paz, Njinga adotou posteriormente o nome de Ana de Souza e converteu-se ao cristianismo para fortalecer o acordo com os portugueses. Apesar das disputas frequentes e mortais com os portugueses, Njinga é reverenciada e respeitada em Portugal por sua coragem na defesa do seu povo.
*Enviado por Domingos Gaspar Manuel Manuel

Batalha de Argel (1966)

‘Batalha de Argel’ (1966) – A Batalha de Argel narra eventos decisivos da guerra pela independência da Argélia (1962), marco do processo de libertação das colônias europeias na África. O roteiro se baseia em fatos ocorridos no período entre 1954 e 1962, mostrando os dois lados do conflito. Enquanto o exército usava técnicas de tortura e atacava os rebeldes, a FLN desenvolvia técnicas não-convencionais de combate, baseadas na guerrilha e no terrorismo. Filmado em preto-e-branco, com atores argelinos e franceses desconhecidos, recriando cenas e figuras históricas em locais de batalhas reais nos faz pensar que se trata de um documentário. – Saiba mais sobre o filme aqui
*Enviado pelo leito Rodrigo Silva

Sembène! (2015)

‘Sembène!’ (2015) – Este documentário mostra a vida de Ousmand Sebene, considerado o pai do cinema africano. Nascido no Senegal, filho de pai pescador, Sembene abandonou os estudos ainda novo, mas se entregou à literatura durante a recuperação de uma lesão na coluna. Após a Segunda Guerra Mundial, se declarou comunista e conheceu o cinema em Moscou. Suas produções se debruçam sobre temas políticos e econômicos, como a corrupção na África na comédia ‘Xalá’, que em wolof significa “impotência sexual”. O filme usa a condição que se encontra um homem na véspera do seu terceiro casamento para satirizar a falta de vigor da África após a independência.
*Enviado por Iano Oliveira

Hotel Ruanda (2004)

‘Hotel Ruanda’ (2004) – A produção ganhou a menção honrosa entre as contribuições no post leitor-repórter. Estreado em 2004, o filme ganhou uma das maiores repercussões mundias se tratando de um tema sobre a África. O enredo conta a história do genocídio de 1994 do ponto de vista do gerente de um hotel, que salvou a vida de 1.268 pessoas ao escondê-las dentro do local. O filme ainda mostra a ineficiência da ONU para prevenir um dos maiores crimes da humanidade.
*Indicação das leitoras Terezinha Souza, Regina Angela Veras Vanderlei, Fernanda Rocha, Marilena Machado e do leitor Santos Ngola Muculo

Tsotsi (2005)

‘Tsotsi’ (2005) – Ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2006, essa produção sul-africana fala sobre um adolescente criado nas ruas de Johannesburgo, retrato de uma família desestruturada com um pai abusivo e uma mãe que morre lentamente em consequência da Aids. Em um novo ato de delinquência, Tsotsi rouba um carro de uma mulher e, ao fugir, descobre que levou junto seu bebê. Cuidar da criança em meio às  adversidades passa a despertar a sensibilidade perdida e um sentido de humanidade no protagonista. O filme é uma adaptação do premiado autor sul-africano Athol Fugard.
*Enviado por W
ivaldo Luvango Sebastião Bala

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