Por Andre Araújo, estudante de Serviço Social
Naivasha – Um local às margens do lago Naivasha, que abriga uma rica biodiversidade e moradores ilustres como famílias de hipopótamos, é um cenário que poderia ser chamado de “O Jardim do Éden” devido à exuberância. O Naivasha Sopa Lodge possui 21 espaçosos chalés em pedra, com uma vista magnífica para o jardim, onde animais selvagens como girafas, macacos, búfalos e pássaros convivem harmoniosamente com os hóspedes.
Cada momento vivido naquele lugar foi incrível! Era como estar em um safári, mas com os animais indo ao meu encontro, até a minha “casa”. Acordar pela manhã e poder contemplar aquele lugar, foi uma experiência marcante… O lodge possui piscina, sauna, área de equitação, academia de ginástica, atrações como pescaria, passeio de barco e jantar ao ar livre. Apesar de tantas opções, o luxo não surpreende mais do que a oportunidade de participar desse encontro diário com a natureza.
Como o lodge está localizado à beira do Lago Naivasha, os animais têm total acesso ao mesmo. Por isso, por medida de segurança, só é permitido sair do chalé durante a noite para ter acesso às dependências na companhia de um guarda devidamente “armado”. Se a maioria dos lodges do Quênia é cercada para evitar a presença de animais selvagens, a proposta deste é justamente acolhê-los para que homens e animais possam conviver em harmonia.
Hospedagem consciente
À beira da piscina, macacos travessos bebem água e brincam sem preocupações com possíveis predadores. Enquanto estive lá, eu mesmo fui cercado por um grupo interessado em minha bebida… Havia uma placa que alertava para não alimentá-los! Respeitar as regras também faz parte dessa convivência pacífica.
Uma das atrações imperdíveis é o passeio de barco até uma pequena ilha repleta de gnus e waterbucks (que parecem antílopes). Cada passeio de barco ou mesmo uma simples caminhada pelo jardim, se torna uma aventura. O meu maior medo não foi circular entre hipopótamos quando visitei a ilha, mas quando levei um tombo do cavalo e pensei que tivesse fraturado algum osso… Por sorte, nada de sério aconteceu.
Em relação à culinária, ela segue o padrão inglês, mas há também pratos típicos da gastronomia local como o ugali, uma massa de puro carboidrato sem muito sabor e alguns pratos apimentados.
Impossível falar do lodge sem citar a importância do maior lago do Quênia, pois além da sua biodiversidade, foi “moradia” de duas respeitáveis mulheres. Joy Adamson ficou conhecida após escrever o best-seller “Born in Free” sobre sua amizade com a leoa Elza. Assassinada em 1980, ela morava em frente ao lago em uma casa que hoje é guesthouse e museu dedicado a sua obra.
Joan Root foi outra conservacionista que viveu não somente à beira do Naivasha, como também se envolveu em projetos de conservação do lago. Ela manteve um zôo particular em sua fazenda reabilitando animais doentes e orfãos. Root (que “apresentou” os gorilas de Ruanda à Diane Foster) foi assassinada em 2006 às vésperas de completar 70 anos. Sua determinação pela proteção do lago despertou a ira de ambiciosos empresários.
O mais interessante no hotel não é o conforto que ele oferece, mas o contato direto com a vida selvagem, sempre com respeito aos animais. Esse é o turismo consciente, aquele quando o homem não invade o espaço dos animais e que une uma importante fonte de renda para o país (turismo) sem degradar o meio ambiente.
Dormir observando a lua, ouvir os sons da natureza e acordar com tamanha riqueza diante de mim, me fez pensar em como aquele lugar era especial. Eu vivi dias inesquecíveis… Eu vivi dias no paraíso!
Para conhecer um pouco mais sobre o hotel, veja aqui
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