Com informações do Prêmio Afro
Rio – As inscrições para a 3a edição do Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras foram prorrogadas até o dia 17/11/2014. A proposta é contemplar 20 projetos, selecionados nas cinco regiões do Brasil, totalizando um investimento de 1 milhão e 400 mil.
Poderão se inscrever pessoas jurídicas, de natureza cultural, com ou sem fins lucrativos e que trabalhem de forma sistemática com as expressões culturais afro-brasileiras, nos segmentos de:
Teatro Dança Música Artes visuais
Além do prêmio em dinheiro, para a realização do projeto inscrito, o participante selecionado receberá um troféu, em cerimônia realizada especialmente para este fim, no teatro Rival BR, localizado no Rio de Janeiro/RJ. Os finalistas também terão seus nomes publicados no site do Prêmio e impressos em um vistoso catálogo com os trabalhos vencedores de todas as categorias, no intuito de promover a visibilidade dos participantes.
Foi na Capital Federal, em 2010, que o CADON – Centro de Apoio ao Desenvolvimento Osvaldo dos Santos Neves realizou a primeira edição do Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras, em parceria com a Fundação Cultural Palmares e patrocínio da Petrobras. Essa parceria tem dado tão certo que, mais uma vez, usam essa sinergia para lançar a 3a edição do, carinhosamente chamado, “Prêmio Afro”.
Nas duas primeiras realizações do projeto foram contemplados os segmentos de Teatro, Dança e Artes Visuais. Atendendo a uma crescente demanda, o Prêmio de 2014 chega com uma nova modalidade: Música.
O Prêmio é uma realização do CADON, entidade sem fins lucrativos, que há 16 anos desenvolve projetos com foco na difusão da cultura afro-brasileira e eliminação da discriminação racial, o que a torna uma referência neste segmento.
A Fundação Cultural Palmares, órgão vinculado ao Ministério da Cultura, apóia esta iniciativa desde sua elaboração, em 2007. Para a Fundação, o Prêmio é a concretização do comprometimento com os artistas que defendem o valor da cultura negra nos palcos, nas ruas, nas galerias, nas telas de TV e do cinema, nos livros e no imaginário brasileiro e destaca o importante papel da Petrobras no processo de valorização da arte africana no país.
O Prêmio carrega o título de ser o primeiro edital voltado à cultura afro-brasileira, financiado por uma empresa estatal essencialmente brasileira, com o compromisso de viabilizar a diversidade étnica e cultural do país. que emergiram ou foram influenciados pela cultura africana e de seus descendentes, como o samba, o maracatu, o ijexá, o coco, o jongo, o maculelê, o maxixe, a lambada, o carimbó, entre outros, clamam pela inclusão deste segmento no edital, que desta vez não ficou de fora.
Para escolher os premiados a direção define uma comissão julgadora formada por especialistas de várias partes do Brasil, cuja missão é avaliar os projetos, de acordo com suas peculiaridades regionais e critérios definidos em edital, e escolher os melhores de cada região do país.
Em 2010 o site do Prêmio Afro apresentou 33.492 visualizações, com visitantes do Brasil, Alemanha, Itália, Argentina, Japão e França. As duas edições realizadas somam mais de 1.400 inscrições. A meta para 2014 é dobrar os números e atingir os 5.570 municípios do Brasil.
É importante relatar que este projeto tem um caráter transformador. Foi a partir de entrevistas realizadas com vários premiados, que o alcance das realizações anteriores foi dimensionado.
O fotógrafo Emerson Silva, de Palmas/Tocantins, ganhador de duas edições, por exemplo, relatou que: (…) foi o Prêmio Afro que me deu visibilidade suficiente para me tornar uma referência na área e até chegar ao ponto de ser lembrado para uma exposição na ONU, em Genebra. Minha carreira se divide em antes e depois do Prêmio. Hoje sou autor do 1o fotolivro do Estado, produzido através do Prêmio Afro. (…) O Prêmio me fortaleceu como profissional e me levou a conquistar o reconhecimento em fotografia de comunidades quilombolas do Estado.
Já para Marcos Moraes, do Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, vencedor nas duas primeiras edições de Artes visuais, disse que “A exposição “Mestres do Coco Pernambucano’’ nasceu como foto, subiu ao palco como show e agora chega às telas do cinema, possibilitado pelo Prêmio Afro.”
E foi, também, a partir da premiação que a tradição da Associação Cultural e Religiosa Maçambique de Osório passou a ser mais notória como relatado por Lucas Luz, de Porto Alegre, premiado com o projeto “Ó que Rua tão Comprida”, na edição 2011. Segundo Lucas “Foi uma conquista para a congada, que no mesmo ano foi convidada, pela primeira vez, a participar da Festa Nacional de São Benedito, em Aparecida/SP, maior encontro de congadas do Brasil. E muitos outros trabalhos e conquistas surgiram na vida desse profissional, a partir de sua participação no Edital.
Portanto, para uns o valor do prêmio oferecido, através desse Edital, pode ser considerado pouco, mas para outros é um valor que transforma vidas e carreiras.
“É uma honra e uma responsabilidade enorme para Cadon manter a realização do Prêmio. Esta ação faz parte da nossa missão de apoiar o desenvolvimento de organizações, comunidades e pessoas afro-brasileiras”, declara Ruth Pinheiro, presidente da Instituição. Ela explica que o projeto fortalece práticas, expressões, conhecimentos e instrumentos associados aos grupos étnicos afrodescendentes.
A história de realização do prêmio começou na cidade de Todos os Santos, na Bahia, em 2006, quando o II Fórum Nacional de Performance Negra, abordou a necessidade de políticas para a valorização dos artistas afro-brasileiros. Durante o Fórum, o assunto recorrente era a carência de editais públicos e de linhas de financiamentos, direcionadas exclusivamente para o desenvolvimento de artistas, grupos e companhias. Então, na tentativa de reverter este quadro, criou-se o Prêmio Nacional de Expressões Afro-brasileiras, que agora vem a público lançar a edição 2014.
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