Preocupados com os relatos frequentes de violência contra as pessoas de ascendência africana na Colômbia, especialistas das Nações Unidas em direitos humanos pediram nesta semana (15) que as autoridades colombianas tomem medidas concretas e urgentes para proteger as comunidades afro-colombianas do país.
Vários líderes afrodescendentes estão sendo submetidos à intimidação, incluindo ameaças de morte, por fazerem campanha por seus direitos territoriais.
“Estamos preocupados com os muitos líderes de comunidades afro-colombianas que têm enfrentado repetidas ameaças de morte após pedirem os direitos das terras de seus ancestrais, assim como pedirem que se evite a exploração de seus territórios por interesses estrangeiros de mineração, incluindo de empresas de mineração multinacionais”, disse o especialista em direitos humanos Ricardo A. Sunga III, que atualmente lidera o Grupo de Trabalho de Especialistas de Pessoas com Ascendência Africana.
“Pedimos a proteção dos afro-colombianos, especialmente daqueles envolvidos na campanha ativa para a restituição de terras, e solicitamos que as autoridades colombianas coloquem um fim à criminalização e às ameaças contra os defensores dos direitos humanos e os membros de suas famílias. Os direitos territoriais das comunidades também devem ser respeitados”, acrescentou.
Embora reconhecendo os esforços em curso por parte do governo, o especialista em direitos humanos enfatizou que muito mais trabalho ainda é necessário para resolver a situação.
“O governo colombiano deve tomar medidas eficazes para garantir a segurança de suas comunidades, bem como realizar investigações completas e imparciais sobre as ameaças e trazer os responsáveis à justiça”, sublinhou.
Recordando o pedido do Grupo de Trabalho para um convite oficial em dezembro de 2014, o especialista reiterou a sua vontade de visitar a Colômbia para investigar a situação dos direitos humanos das comunidades afro-colombianas.
O apelo do Grupo de Trabalho para o governo colombiano também foi aprovado pela relatora especial sobre as questões das minorias, Rita Izsák-Ndiaye; o relator especial sobre a situação dos defensores dos direitos humanos, Michel Forst; o relator especial sobre execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias, Christof Heyns; e o relator especial sobre formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerâncias correlatas, Mutuma Ruteere.