O Museu Nacional da Civilização Egípcia (NMEC), no Cairo, celebrou, em março, os 40 anos da conclusão da Campanha Internacional para Salvar os Monumentos da Núbia. A iniciativa foi lançada em 1960 para relocalizar e remontar seis grupos de monumentos ameaçados por um lago artificial. A campanha durou vinte anos e foi concluída em 10 de março de 1980.
Na sua declaração de boas-vindas, Ghaith Fariz, diretor do Gabinete Regional das Ciências da UNESCO nos Estados Árabes, chamou a atenção para o impacto do projeto que inspirou a preparação e adoção da Convenção do Patrimônio Mundial. Ele reiterou que a iniciativa continua a ser um farol de solidariedade internacional na proteção do patrimônio e um exemplo de cooperação internacional bem sucedida entre a UNESCO, o governo do Egito e a humanidade em geral.
Khaled El Anany, ministro do Turismo e das Antiguidades, lembrou a importância do apoio da comunidade internacional, que ofereceu assistência financeira e técnica, resgatando mais de 20 monumentos e um complexo arquitetônico, incluindo os Templos de Abu Simbel e Philae, e dando o exemplo da solidariedade internacional baseada na compreensão da natureza universal do patrimônio e da importância da sua conservação.
*Em 1954, foi tomada a decisão de construir a Barragem do Alto de Assuão, que criaria um enorme lago artificial para cobrir o Vale do Alto Nilo, desde Assuão, no Egito, até Dal Cataract, no Sudão – uma área extremamente rica do ponto de vista cultural, conhecida como Núbia.
Em 1959, os Governos egípcio e sudanês solicitaram à UNESCO que apoiasse os seus países na proteção dos monumentos. Em 1960, o Diretor-Geral da UNESCO lançou um apelo aos Estados-Membros para promoverem uma campanha com o objetivo de preservar os monumentos de Núbia. Este apelo resultou na escavação e registo de centenas de locais, na recuperação de milhares de objetos e no salvamento e deslocalização de vários templos importantes.
