África em Verso: “Angola e o engano do passado. Dipanda!”, por Mavenda Nuni yÁfrika

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Rio da Catumbela, Angola – Registro da leitora Yolanda Sousa

Angola e o engano do passado. Dipanda!

Em kimbundu, Dipanda significa Independência!

Por Mavenda Nuni yÁfrika

Engano é a Angola histórica,

Enganada por tribos sem raízes profundas.

Angola é o rio Zaire, o Kwanza,

onde os reis Kulumbistas chegaram.

Kulumbimbi e Yala Nkwo nas veias e na alma!

Angola são as pedras das terras da Nzinga Mbandi

nas nossas vitórias de rainha!

Angola já não é esse engano,

Angola é a ilha devastada, em tempos modernos.

Angola é a rainha Kimpa

e a força da Mpolo

Angola é a diversidade linguística do centro-oeste, sul, norte e leste;

Angola é bela palanca,

Angola é a jovem nação, extraviada como a sua história,

a história velha mesmo sem casa velha!

Angola é o encanto natural,

os populus da ngola e ngolo; dos seus reis do passado binal!

Angola é aquela welwitchia maravilhosa e tão lindal!

Angola é resistência do mandume, contra a fortaleza alemã!

Angola é a independência dos vossos heróis da “folha branca”!

Angola é a dependência dos nossos olhares

Angola é criança, é africana.

Onde o povo não sabe chorar por seu falso orgulho nos olhos,

Angola é a criança atraída por incompetência.

Angola, que outrora chorara tantas vezes,

hoje tem lágrimas de sofrimento  provocadas por seus filhos e seus amigos.

Angola é hoje e és aquela que caminhas diante de todos.

O nosso maior engano

és apenas para eles que te dividem.

Alguns são filhos, outros amigos e outros netos estrangeiros têm sim!

Angola é orgulho avante,

Angola é esperança fustigada pelos homens sem gente,

Angola é a filha da pobreza por meio de recursos.

Angola é o começo de despertar da independência,

sem loucura nem folia exagerada pelos animadores;

é independência das nossas memórias!

Angola é dos angolanos visíveis e insensíveis!

Angola é a pureza das águas dos rios e do Atlântico.

Angola é o brilho do seu povo sem luz, sem paz…

Angola é o preto, vermelho, estrela e catana e seu amarelo.

Poema para 11 de Novembro de 2012.

Gabriel Ambrósio ou Mavenda Nuni yÁfrika

Por dentro da África