‘Catumbi de Itapocu’: Fotógrafa lança livro sobre manifestação popular afro-brasileira

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Catumbi de Itapocu, Virginia Maria Yunes

Uma manifestação cultural ainda viva em Santa Catarina é o tema do último livro da fotógrafa Virginia Yunes. Catumbi de Itapocu: Tradição e fé na cultura popular afro-brasileira apresenta uma narrativa visual encantadora, ao registrar singularidades presentes neste ritual.

A dança do Catumbi acontece todos os anos na localidade de Itapocu, ao norte do estado de Santa Catarina. É uma tradição religiosa afro-brasileira em homenagem à Nossa Senhora do Rosário, considerada padroeira dos africanos escravizados e seus descendentes. A sua origem remonta ao tempo da escravidão brasileira, e a sua história permanece viva há várias gerações, revelando-se um importante símbolo de fé, resistência e organização popular.

Reconhecida em 2018 como Patrimônio Cultural do Estado de Santa Catarina, o Catumbi reafirma a identidade negra no Brasil, ao valorizar a sua ancestralidade africana, as suas traduções interculturais e hibridismos. O livro é fruto do Prêmio Elisabete Anderle de Apoio à Cultura/2019, promovido pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC) executado com recursos do Governo do Estado de Santa Catarina que a fotógrafa foi contemplada.

Ao relatar sua experiência a fotógrafa explica que no ano de 2019, viajou até Itapocu, com o propósito de fotografar e participar da celebração do “Natal dos Pretos”, como é também chamado o Catumbi.

“Lá eu vivi, do ponto de vista etnográfico, um importante momento de escuta e um mergulho num universo que até há pouco tempo era desconhecido para mim. Foi um privilégio viver e registrar momentos expressivos dessa grande riqueza histórica, simbólica e cultural, e agora poder compartilhar”.

O Catumbi como toda manifestação cultural é carregada de simbolismos que integra elementos sagrados do catolicismo, de matrizes africanas e da cultura portuguesa. É possível encontrar nela representação de momentos históricos, valores, saberes e crenças, incorporados e arranjados de forma hibrida, tal como é a dinâmica da cultura.

Em várias regiões do Brasil existem manifestações semelhantes ao Catumbi, e cada uma recebe um nome distinto. São as Congadas em Minas Gerais, os Cucumbis no Rio de Janeiro e no Espírito Santo e os Quitumbi ou Ticumbi no Rio Grande do Sul.

Acompanhe o trabalho de Virgínia aqui 

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Sobre a autora
: A fotógrafa Virginia Yunes é graduada e doutora em Artes Visuais pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), onde atualmente leciona Fotografia. Possui vasta experiência como fotógrafa documentarista, tendo feito parcerias com instituições, mídias e ONGs. Realizou diversas exposições nacionais e internacionais. Premiada no Brasil, na Argentina, na Colômbia e em Cuba, no âmbito da Fotografia e projetos culturais. Autora do livro: “Cartas entre Marias: Uma viagem à Guiné-Bissau” e co-autora de “Dona Fulana morreu e levou consigo tudo o que aprendeu? Contos e fotografias das benzedeiras e benzedores da Ilha de Santa Catarina”. Desenvolve pesquisas nas áreas de Arte, Fotografia, Produção audiovisual, Cultura africana e afro-brasileira. Compreende a fotografia como meio de aproximação entre pessoas, concepções do mundo e culturas.