Salvador recebe palestra sobre a presença da civilização africana na identidade baiana e carioca

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No próximo dia 2 de junho, o filósofo e escritor Marco Aurelio Luz ministrará a palestra sobre a presença da civilização africana na identidade cultural baiana e carioca. O seminário “A gema carioca é afro-baiana” será seguida de apresentações de Afoxé, Pai Burukô, além de rodas de samba.

Com informações do Teatro ISBA

A chegada das tias baianas no Rio de Janeiro, no fim dos séculos XIX e XX, levando a tradição religiosa africana e o samba, ritmo genuinamente brasileiro, influenciou na fundação das escolas de samba na cidade.

O evento tem o objetivo de trazer a discussão para a nova geração, sobre como a Bahia influenciou no surgimento das escolas de samba no Rio de Janeiro, que hoje estão espalhadas por todo o mundo, além de mobilizar a cidade com o intuito de dar estrutura às escolas de samba inseridas nas comunidades de Salvador. “A ideia é marcar a trajetória da civilização africana que migrou da Bahia para o Rio”, afirma Marco Aurélio Luz.

Dos ranchos às escolas de samba

A baiana de Santo Amaro da Purificação, Hilária Batista de Almeida, conhecida como Tia Ciata foi o ponto de congregação da música, da arte e do que vai se desdobrar nas escolas de samba no Rio de Janeiro. “O que havia em Salvador eram ranchos, cortejos realizados na época do Natal. No Rio de Janeiro, o baiano Hilário Jovino foi o pioneiro ao levar seu rancho para sair no dia de Carnaval. O rancho já possuía coreografia, harmonia, mestre sala e porta bandeira”, conta Marco Aurélio.

Ciata, com o genro Germano, fundou o bloco de carnaval chamado Macaco é Ouro. “Na casa dela se reuniam músicos como Donga, João da Baiana e Pixinguinha, dentre outros compositores”, comenta Marco. Segundo o escritor, a primeira escola de Samba do Rio de Janeiro, chamada “Deixa Falar”, foi fundada por Marçal, quando Alcebíades Barcelos, conhecido como Bide, levou a percussão para o samba. “Os ranchos não tinham percussão e assim se formaram as escolas de samba, a partir dos ranchos de Salvador e Rio de Janeiro”, explica.

No Rio, o ponto de congregação era a Praça Onze, considerada a pequena África. Lá se reuniam descendentes de africanos. “O desdobramento dessa presença africana gerou a atualidade da escola de samba. Por isso existe ainda a “Ala das Baianas”, que é uma referência à Bahia”, conta Marco Aurélio.

Serviço:

Palestra “A gema carioca é afro-baiana”

Local: Teatro Isba – Avenida Oceânica, 2717 – Ondina
Salvador – BA | CEP: 41950-000

Data: 02/06/2016

Horário: 20h

Entrada Gratuita – Acesso sujeito à lotação do Espaço.