Rio – Nadine Gordimer, uma das mais respeitadas escritoras da África do Sul e do mundo, morreu neste domingo aos 90 anos. Vencedora do Nobel de Literatura de 1991, a ativista anti-apartheid colecionou mais de 30 títulos, em sua maioria sobre a deterioração social do regime de segregação racial do seu país(1948/1994).
De acordo com o comunicado da família enviado à imprensa, Nadine faleceu durante o sono em sua casa, em Johanesburgo.
Desde o romance de estreia, The Lying Days (1953), até The Conservationist (1974), obra com que foi vencedora do Booker Prize de 1974, a sul-africana se dedicou a dramatizar as difíceis escolhas morais surgidas em um país marcado pela segregação racial. Suas obras foram traduzidas para mais de 30 idiomas.
Nadine teve algumas obras proibidas pelo regime do apartheid, fonte de inspiração que a aproximou das condições de vida deploráveis dos trabalhadores negros. Ela foi uma das primeiras pessoas que Nelson Mandela escolheu para atender após ser libertado da prisão Robben Island, em 1990.
Algumas de suas famosas frases retrataram o seu compromisso com a luta:
“Nos livros, eu usava a vida em torno de mim e a vida ao meu redor era racista”.
“Eu teria sido um escritor em qualquer lugar, mas no meu país, a escrita significava enfrentar o racismo”.
Por dentro da África