África em Verso: “Passeio com Manoel”, por Morgado Mbalate

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manoel-de-barros-lEm homenagem ao aniversário de Manoel de Barros, em 19 de dezembro

Quando eu nasci, minha mãe me ajeitou de passarinho.
Tenho uma formiga à flor da pele,
tenho cisma pelas coisas pequenas, e pelas insignificâncias.
Dou meu respeito ao ser e não ao ter dos seres e das coisas.
Às vezes, sinto dores de passarinhos.
Dos meu versos, brotam lagartos e sapos.
O mundo inteiro me pertence.
Não sou de árvore, sou de ave.
Não importa o futuro, nem o destino
porque sei que o que escrevo é água e luz.
Manoel de Barros reina absoluto no semear dos ciscos e das rãs.

Morgado Mbalate

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