África em Verso: “O menino que nasceu grande”, por Morgado Mbalate

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Registro do leitor David Fernandes na aldeia de Messica, em Moçambique
Registro do leitor David Fernandes na aldeia de Messica, em Moçambique

Tudo cabe no meu sonho.
Todas as coisas em mim têm semelhanças com aves.
Mereço o reconhecimento dos pássaros.
Vou morrer para ser ave.
Mediante o belo estético crio imagens
de andorinhas para o encantamento do meu poema.
Não quero andar, quero voar.
Toda minha infância dorme sobre o mundo.
Encho a palma da minha mão com memórias africanas.
Eu posso ser a minha própria África.
África está escrita no meu peito.
Vejo verbos que dançam,
A emoção ao correr da palavra,
sempre com a dignidade da minha terra – mãe África,
em pedaços de ternura e grandeza.
Carrego na palma da mão todas as grandezas da África.
Morgado Mbalate 

morgado