Tudo cabe no meu sonho.
Todas as coisas em mim têm semelhanças com aves.
Mereço o reconhecimento dos pássaros.
Vou morrer para ser ave.
Mediante o belo estético crio imagens
de andorinhas para o encantamento do meu poema.
Não quero andar, quero voar.
Toda minha infância dorme sobre o mundo.
Encho a palma da minha mão com memórias africanas.
Eu posso ser a minha própria África.
África está escrita no meu peito.
Vejo verbos que dançam,
A emoção ao correr da palavra,
sempre com a dignidade da minha terra – mãe África,
em pedaços de ternura e grandeza.
Carrego na palma da mão todas as grandezas da África.
Morgado Mbalate