Suleimane Alfa Bá, Por dentro da África
Lembro-me, lembro-me das noites de menos cortesias
Das lágrimas infinitas que caíram naquela madrugada longa enxurrada de angústia
Lembro-me, dos homens, mulheres e crianças que ali estavam à procura de asilo.
Com fome, sede, mas com esperança de chegar ao destino.
Destino esse que hoje os “senhores” já não sabem mais o sentido da palavra
Solidariedade!
Mas que outrora fizeram o mesmo percurso à procura
de estabilidade, riqueza e fortuna.
Lembro-me do navio negreiro cheio de escravizados
com destino à terra dos “civilizados”!
Que ontem se diziam ser defensores dos “direitos humanos”.
Lembro-me do sofrimento e das lagrimas que fluíam
nos olhos das mães e dos gritos das crianças
que apenas pediam ajuda.
Mas que só receberam injúria!
Pois, para a maioria dos “senhores” a nós só se deve a
“ pervertibilidade” ou seja “tolerância “!
Quando devia ser a “ perfectibilidade” ou “ hospitalidade”.
Lembro-me das crianças que lutaram sem forças contra as águas do oceano
Dos pais e mães que deixaram órfãos sem abrigo!
Lembro-me de um adeus…
Adeus de quem só almejava encontrar a paz e estabilidade
Para conviver na alegria, harmonia e felicidade.
Suleimane Alfa Bá é guineense estudante de Ciências Humanas da UNILAB e bolsista de iniciação científica suleimaneba@yahoo.com.br