
Por Morgado Mbalate
Há muita gente da África em mim.
Sou aquele africano que chora, sofre e morre de fome.
Eu sou essa gente toda da África que ama e declama.
Sou aquela gente africana que tem orgulho da terra.
Gente que valoriza a cultura.
Sou o povo que se revolta e protesta.
O povo que luta e muito sonha.
Sou África inteira.
Meu dever como africano é de cuidar e proteger a minha terra.
Meu dever como africano é de me pertencer desta África minha.
Muito de mim sonha com uma África renascida.
Cada africano é nascido dentro do vento.
Gosto de passar a mão nas costas e nos cabelos da África.
Na minha África cada gesto carrega o peso da esperança e da mudança.
África é a minha casa.
O tempo é poesia.
O tempo é Deus.
O tempo é África.
É no rio da África que escrevo meu nome.