Por dentro da África
O diretor de cinema Spike Lee e a atriz Jada Pinkett Smith disseram que não vão participar da cerimônia do Oscar no próximo dia 28 de fevereiro por não haver negros entre os 20 atores e atrizes concorrentes. Este é o segundo ano consecutivo de apelos ao boicote, diante de uma lista de candidatos majoritariamente branca.
“Como pode em dois anos consecutivos todos os 20 indicados nas categorias de atuação serem brancos? E nem vamos falar das outras categorias. Nós não podemos atuar? Que p… é essa?”, disse Spike Lee à imprensa.
Outros atores negros cotados ficaram de fora, como Michael B. Jordan (“Creed: Nascido para lutar”), Idris Elba (“Beasts of No Nation”) e Samuel L. Jackson (“Os Oito Odiados”). Depois do anúncio das indicações, a hashtag #OscarsStillSoWhite (Oscar ainda muito branco) foi parar nos assuntos mais comentados.
Diretor de filmes como “Faça a Coisa Certa” e “Malcolm X”, Lee disse que chega um momento em que se deve tomar uma posição que não é nem segura, nem política, nem popular, mas que deve ser mantida porque a consciência lhe diz que está certo. Lee destacou que a “batalha ‘real'” sobre o racismo em Hollywood não é com o Oscar, mas em “escritórios executivos dos estúdios de Hollywood e as redes de televisão a cabo”.
Em um vídeo postado no Facebook, Pinkett Smith disse que ela não iria ao Oscar. Seu marido, Will Smith, tinha sido considerado um candidato ao Oscar em “Concussion”, mas não foi nomeado.
“Hoje é o aniversário de Martin Luther King. É hora de as pessoas de cor reconhecerem o poder e a influência que temos acumulado. Não precisamos pedir para sermos convidados em qualquer lugar. Implorar pelo reconhecimento, ou mesmo pedir, diminui a dignidade e diminui o poder. E nós somos um povo digno”, disse Pinkett Smith.