Com informações da ONU
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) anunciou nesta segunda-feira (3) que a agência planeja aumentar sua equipe de 300 para 600 pessoas para lidar diretamente com o surto do ebola nos três países mais afetados da África Ocidental – Guiné, Libéria e Serra Leoa, onde as crianças já representam um quinto de todos os casos da doença.
O coordenador do UNICEF para Emergência Global do Ebola, Peter Salama, informou que cerca de 5 milhões de crianças foram afetadas pela epidemia atual de várias maneiras e mais de 4 mil crianças ficaram órfãs. “As escolas estão fechadas. As crianças estão confinadas em suas casas e desanimadas para brincar com outras crianças”, ressaltou ele, acrescentando que para estas meninas e meninos a epidemia é “aterrorizante” e “tudo ao seu redor é morte.”
Ausência da cura é uma negligência histórica
Em seu discurso para o Comitê Regional para a África, em Cotonou, a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, alegou que a falta de tratamento e vacinas para combater o ebola até hoje, apesar da doença ter surgido há quatro décadas, se deve ao fato de que o vírus, historicamente, tenha atingido apenas países pobres da África.
“Por que os médicos ainda estão de mãos vazias, sem a vacina e sem a cura?” disse Chan. “O incentivo a pesquisa e o desenvolvimento é praticamente inexistente. Uma indústria com fins lucrativos não investe em produtos para mercados que não podem pagar”, acrescentou.
Além disso, ela alertou sobre a necessidade urgente de fortalecer os sistemas de saúde há muito tempo negligenciados” e destacou que sem infraestrutura de saúde pública adequada e fundamental na região, “nenhum país é estável e nenhuma sociedade é segura”
Com informações da ONU