Rio – Trinta milhões de meninas correm o risco de sofrer mutilação genital/excisão na próxima década, alerta relatório lançado nesta segunda-feira pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). A pesquisa foi feita em 29 países da África e do Oriente Médio onde a prática ainda persiste.
O documento “A Mutilação Genital Feminina/Excisão: Uma visão estatística e exploração da dinâmica de mudança” aponta que há um conflito entre a opinião das pessoas e o peso da tradição, acentuado pela falta de comunicação sobre o tema.
Enquanto a mutilação genital feminina foi praticamente abandonada por alguns grupos e países, ela permanece arraigada em muitos outros, mesmo quando há legislação contra a prática.
Ela permanece quase universal na Somália, na Guiné, no Djibuti e no Egito, com mais de 90% das mulheres e meninas entre 15 e 49 anos sendo mutiladas. Por outro lado, a prática tem diminuído em Benin, no Iraque, Libéria, Nigéria, Quênia, República Centro-Africana e na Tanzânia.
Existem atualmente 125 milhões de meninas e mulheres que foram submetidas à mutilação genital, que consiste no corte de parte ou de toda a genitália externa da mulher. A prática é reconhecida mundialmente como uma violação dos direitos humanos e não tem benefícios para a saúde, provoca dor intensa e tem várias consequências imediatas e de longo prazo para a saúde, de acordo com agências da ONU.
Desde 2008, cerca de 10 mil comunidades em 15 países, representando cerca de 8 milhões de pessoas, pararam com a mutilação feminina. Em dezembro de 2012, uma resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas pediu que os Estados-Membros intensifiquem os esforços para eliminar a prática. Além disso, cerca de 1.775 comunidades em toda a África declararam publicamente seu compromisso de acabar com a mutilação feminina no ano passado.
Com informações da ONU