República Democrática do Congo: Médicos Sem Fronteiras atende casos suspeitos de ebola

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Foto de Louise Annaud MSF

Com informações da organização Médicos Sem Fronteiras

Um novo centro de recepção para pacientes suspeitos de ebola começou a funcionar na cidade de Beni, na República Democrática do Congo (RDC). As instalações vão ajudar a ampliar a resposta à epidemia da doença, que foi declarada em agosto na província de Kivu do Norte.

A instalação está em um antigo campo de futebol de 8 mil metros quadrados. Ajudados pelos mesmos jovens que costumavam jogar futebol no local, as equipes de MSF passaram por temporais e superaram grandes obstáculos logísticos para concluir os trabalhos o mais rapidamente possível.

Os pacientes suspeitos de ebola serão admitidos no centro de recepção até a confirmação de suas análises laboratoriais. A equipe médica de MSF fornecerá atendimento imediato de acordo com o estado clínico de cada pessoa. Uma vez confirmado o diagnóstico, os pacientes positivos para o ebola serão transferidos para o centro de tratamento, que fica ao lado, enquanto aqueles cujo teste der negativo serão transferidos para outras unidades de saúde, onde serão prestados cuidados adicionais.

As equipes estão cada vez mais empenhadas no rastreamento de casos suspeitos, à medida em que a epidemia atingiu um novo nível. Cerca de 30 novos casos suspeitos são identificados todos os dias e admitidos no centro de recepção em Beni.

Pior surto já registrado na RDC – Em pouco mais de três meses desde que foi declarada, essa epidemia de ebola – a décima na história da RDC – se tornou a pior já registrada no país. Até o momento, foram identificados 341 casos, dos quais 303 foram confirmados. Desde 1 de agosto, o vírus já matou 215 pessoas e várias organizações estão fazendo o melhor possível para evitar que ele se espalhe ainda mais. Mais de 100 pacientes conseguiram se recuperar até o momento. Numa área onde há muita insegurança e o acesso a partes da população pode ser difícil, a intervenção enfrenta sérios desafios, e o surto ainda não foi contido.

Nas últimas semanas, houve um aumento significativo de novos casos em Butembo, um centro regional de comércio, muito perto da fronteira com Uganda. Os acontecimentos recentes exigem mais recursos e atenção, com o risco de esta grande cidade se tornar um novo ponto crítico para o surto.