Redes sociais se transformam na principal fonte de informação de jovens africanos

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Empreendedores digitais em Nairobi, Quênia – Banco Mundial

Por dentro da África

Como não poderia ser diferente, as redes sociais no continente africano se tornaram um fenômeno e ganharam ainda mais importância nos últimos cinco anos. Mais do que entreter e fortalecer laços de amizades, essas ferramentas de comunicação se transformaram nas principais fontes de informação para muitos jovens africanos, defende o artigo publicado por Yinka Adegoke, editor de Quartz na página do Fórum Econômico Mundial. Para ele, as mídias sociais são a única mídia válida na África.

Com a imparcialidade dos jornais comprometida e sua saúde financeira debilitada, as redes sociais – em especial Twitter e Facebook – ganharam um papel de relevância no compartilhamento de notícias que impactam suas vidas. Youtube, lembra o editor, também atua como um canal vital para o compartilhamento de vídeos e histórias que abordam diferentes ângulos e contrastam com versões oficiais.

Segundo outro artigo publicado por Quartz, “2016 representou o ano das desativações”, em que ao menos 11 governos interferiram nas conexões de internet durante os períodos de eleições ou protestos.

A prática é usada inclusive em países considerados pacíficos, como Camarões, onde no começo desse ano as conexões de internet foram suspensas nas regiões do sudoeste e noroeste do país, onde se concentra uma grande parte da população anglófona.

Projetos como Internet.org, capitaneado pelo fundador do Facebook, Mark Zuckberg, prometem trazer uma alternativa a esse controle e democratizar seu uso em regiões até agora desprovidas desse serviço, principalmente nas zonas rurais da África subsariana. Um acidente com o satélite que proveria este acesso, no entanto, ocorrido em setembro de 2016 durante a fase de testes trouxe um novo revés para essa estratégia de democratização.

O relatório “Panorama Global Digital em 2017“, entre as empresas We are Social e Hootsuite, mostra que, hoje, 170 milhões de africanos estão presentes nas redes sociais, o que corresponde a 14% da população.

Por outro lado, entre os países piores conectados à Internet também figuram várias nações africanas, entre elas Eritréia (1%), Niger (1%), Chad (3%), República Democrática do Congo (4%), entre outras.