Países africanos endossam recomendações da ONU para melhorar alimentação escolar

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Escola Chilrock - Foto: Manoela Baltar
Escola Chilrock – Foto: Manoela Baltar

 Com informações da ONU

Representantes de 25 países africanos endossaram as recomendações do Centro de Excelência contra a Fome para melhorar iniciativas que fornecem refeições em centros de ensino. Reunidos em Nairóbi nesta semana para o III Seminário Regional sobre Alimentação Escolar, autoridades discutiram as descobertas preliminares de um estudo conduzido pelo organismo da ONU. Encontro começou no início da semana (29) e foi concluído na quarta-feira (31).

“Cinco décadas depois da independência, não podemos discutir como outros vão alimentar nossas crianças, é nossa responsabilidade”, defendeu o chefe de gabinete do Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia do Quênia, Fred Okeng’o Matiang’i durante o evento. O dirigente foi um dos 90 especialistas e autoridades que se encontraram para discutir as recomendações e descobertas de um estudo do Centro das Nações Unidas e da União Africana.

Encomendada pelas duas entidades, a pesquisa foi realizada pelo Economic Policy Research Institute (EPRI), da África do Sul. O instituto fez viagens a 13 países e preparou 20 estudos de caso, conduzindo entrevistas com atores estatais e não governamentais.

De acordo com o levantamento, a alimentação escolar é um super-recurso — uma combinação de serviços públicos que, juntos, causam impactos excepcionais. A análise é clara e taxativa: as conquistas não são possíveis sem uma resposta integrada, que articula intervenções nas áreas de educação, saúde, gênero, proteção social e nutrição.

A pesquisa também indica que Estados devem sem comprometer com estratégias de compras que privilegiem a promoção do desenvolvimento e a ampliação da capacidade de produção local. Outra sugestão é buscar novas estratégias de financiamento, a fim de diversificar a fonte de recursos que sustentam os programas de alimentação escolar.

O documento também aponta a necessidade de investimentos em monitoramento e em processos automatizados de prestação de contas — o que facilitaria a avaliação de resultados das políticas. O relatório recomenda ainda que países aprendam com iniciativas de cooperação Sul-Sul.

Durante o seminário, o diretor do escritório regional do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Abdou Dieng, afirmou que “o progresso recente que percebemos na área de alimentação escolar em países africanos está relacionado à cooperação Sul-Sul e ao trabalho do Centro de Excelência no Brasil”.

Ministros de Estado de sete países — Benim, Burundi, Gana, Quênia, Libéria, Chade e Zimbábue — estiveram presentes no seminário. “Nos últimos três dias pude ver nos seus olhos que vocês realmente querem desenvolver políticas nacionais sustentáveis de alimentação escolar. Isso é fundamental, porque a vontade política é o mais importante”, afirmou Daniel Balaban, diretor do Centro de Excelência.

O governo do Zimbábue anunciou que o país vai sediar o evento oficial do Dia Africano de Alimentação Escolar de 2018, lembrado em 1º de março. “O vínculo entre alimentação escolar e agricultura local é um desafio contínuo que nós devemos sempre enfrentar. Vamos chegar a soluções diferentes para diferentes circunstâncias”, afirmou o ministro da Educação do país, Lazarus Dokora.