ONU: 40% dos conflitos internos dos últimos 60 anos estão associados a recursos naturais

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Populações de gorilas saudáveis no leste da República Democrática do Congo estão ficando cada vez mais isoladas devido à perda de habitat e pelos conflitos em toda a região. Foto: PNUMA/GRID-Arendal/Tim Freccia

Com informações da ONU

De acordo com o Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA), pelo menos 40% de todos os conflitos internos nos últimos 60 anos estão associados ao aproveitamento dos recursos naturais, sejam de alto valor como madeira, diamantes, ouro e petróleo, ou os escassos, como a terra fértil e água.

Na Somália, por exemplo, estima-se que o comércio ilegal de carvão vegetal representa um faturamento anual de até 384 milhões dólares para os insurgentes e grupos terroristas. Além disso, os conflitos envolvendo recursos naturais possuem maior possibilidade de recair na violência.

“Os conflitos armados estão se tornando cada vez mais complexos e exigem soluções que abordem a raiz das causas”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em sua mensagem ao Dia Internacional para a Prevenção da Exploração do Meio Ambiente em Tempos de Guerra e Conflito Armado, nesta quinta-feira (6).

O Dia foi criado pela Assembleia Geral da ONU em 2001 para destacar a frágil relação entre os conflitos globais e regionais com o meio ambiente.

Para o chefe da ONU, questões relacionadas à pobreza, à vulnerabilidade, aos choques climáticos, à marginalização étnica e à gestão transparente, sustentável e equitativa dos recursos naturais devem ser consideradas dentro e além dos acordos de paz para que possam ser construídas sociedades mais resilientes e prósperas.

Ele pediu à comunidade internacional para reafirmar seu compromisso com a proteção do meio ambiente para prevenir os recursos naturais contra os efeitos da guerra e dos conflitos futuros, especialmente as nações que já começaram a contribuir com a próxima agenda de desenvolvimento sustentável pós-2015.

“Vamos desenvolver soluções que envolvam significativamente as comunidades locais e construir um conhecimento coletivo para trazer o avanço da boa gestão do meio ambiente como parte integrante da construção da paz e do desenvolvimento sustentável”, concluiu.