OMS pede prudência aos países africanos após lockdown

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Screening of passengers, Maya Maya airport, Bzv

Com informações da OMS

Três meses após a detecção do primeiro caso de Covid-19 na África Subsaariana, a região fez progressos na luta contra o vírus. Muitos países puseram rapidamente em prática medidas de bloqueio e de saúde pública essenciais, que parecem ter contribuído para abrandar a propagação da doença. No entanto, há um receio de que essas medidas tenham sido flexibilizadas demasiado depressa. No continente africano, até o dia 2 de junho, mais de 160 mil casos da doença e mais de 4.500 mortes haviam sido registrados.

Pelo menos 13 países da África Subsaariana implementaram lockdown juntamente com outras medidas de saúde pública e sociais a nível nacional, ao passo que mais de dez realizaram bloqueios parciais em focos de crise. A análise preliminar da Organização Mundial de Saúde (OMS) concluiu que o tempo de duplicação – o número de dias para o número de casos duplicar num determinado país – aumentou durante o período de lockdown na maioria dos países da região. (5 dias para 41 na Costa do Marfim, 3 dias para 14 na África do Sul).

“Três meses após a notificação do primeiro caso de Covid-19 na África Subsaariana, parece que as ações rápidas tomadas pelos líderes e comunidades africanas abrandaram a propagação do vírus. Estas ações tiveram um grande custo social e econômico, especialmente para os mais vulneráveis, e existe um impulso compreensível para levantar as medidas tão rapidamente quanto foram implementadas”, afirmou o Dr. Matshidiso Moeti, Diretor Regional da OMS para África.

Alguns países começaram a facilitar os seus confinamentos e, de acordo com a análise inicial da OMS, o impacto na duplicação do tempo parece variar em função do calendário e da duração das medidas de confinamento. A África do Sul, que, na sequência de um sólido programa de testes comunicou um número particularmente elevado de casos de Covid-19, viu o seu tempo de duplicação permanecer estável, cerca de duas semanas após as medidas de confinamento terem começado a ser flexibilizadas.

A OMS deu orientações provisórias aos Estados-Membros, que incentivam uma adaptação gradual das medidas sociais e de saúde pública, ao mesmo tempo que avaliam constantemente os riscos. Começando pela reabertura dos aeroportos internacionais, com uma quarentena obrigatória de 14 dias para todos os viajantes, as orientações avançam através de uma série de medidas a tomar pelos países para recuperarem alguma normalidade.

Com a abertura dos países, a boa higiene das mãos, a etiqueta da tosse e dos espirros, o afastamento físico e a utilização de máscaras continuarão a fazer parte da nova normalidade. Os passos terão de ser constantemente adaptados de acordo com as tendências dos dados e mantidos até que a pandemia seja contida ou até que exista uma vacina ou tratamento para a Covid-19 que seja acessível a todos.

Desde o início do surto, a OMS desenvolveu planos nacionais de resposta para mobilizar mais de 300 milhões de dólares americanos para intervenções de saúde pública. Mais de 900 funcionários da OMS foram reafectados ao apoio à resposta na região, tendo a OMS formado mais de 10 mil profissionais de saúde africanos em diversos temas relacionados à Covid-19, tais como prevenção e controle de infecções, tratamento, logística, testes laboratoriais e comunicação de riscos.