Nesta quinta-feira (14), a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o fim da transmissão do ebola na Libéria, sendo o último país a erradicar o vírus, com 42 dias sem surgimento de casos.
O último paciente sobrevivente da doença já apresentou resultado negativo duas vezes nos testes realizados para a detecção do vírus. A data marca a primeira vez desde o começo da epidemia, há dois anos, em que os três países mais atingidos pelo ebola – Serra Leoa, Libéria e Guiné – reportaram a ausência de casos no prazo de 42 dias.
Serra Leoa declarou o fim da transmissão da doença no dia 7 de novembro de 2015, e Guiné, no dia 29 de dezembro. Ambos estão em um período de 90 dias de intensa vigilância.
A OMS advertiu, no entanto, que os desafios continuam, enfatizando a importância de alto controle e sistemas com capacidade de resposta para a doença, sendo decisivos para prevenir novos casos de manifestação do ebola. Mesmo quando o vírus sai da corrente sanguínea, ele pode persistir no sêmen de alguns homens sobreviventes pelo período de nove a 12 meses.
Diante disso, os representantes da ONU pediram na quarta-feira (13) por vigilância em relação à doença.
“Governantes precisarão ter recursos para ajudar as comunidades a prever a infecção, detectar casos em potencial e responder rápida e efetivamente”, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, em reunião da Assembleia Geral sobre recuperação e resposta ao ebola.
Ele afirma que desafios significativos permanecem e que é possível prever futuros reaparecimentos do ebola futuramente. “Mas também esperamos que o potencial e a frequência desses ressurgimentos diminuam ao longo do tempo”, ressaltou.
O chefe da ONU destacou a importância dos trabalhadores na área da saúde, da Organização, dos governos e das comunidades da região para lutar contra a epidemia.
“O fim da transmissão do ebola na África Ocidental é uma demonstração do que podemos alcançar quando o multilateralismo funciona como deveria ser, trazendo a comunidade internacional para trabalhar juntamente com os governos nacionais no cuidado com seus povos”, declarou.
A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, reforçou que, a vigilância e a capacidade de resposta devem ser mantidas em 2016, e a OMS espera que “todos os sobreviventes eliminem o vírus de seus corpos até o fim do ano”.