De acordo com o Programa Mundial de Alimentos da ONU (PMA), a falta de financiamento pode prejudicar a entrega de comida durante a volta às aulas no Mali, Camarões, Mauritânia e Níger. Mais de 1,3 milhão de crianças na África Central e Ocidental correm risco de não receber refeições nas escolas.
No Chade, a falta de dinheiro levou a agência da ONU a reduzir seus programas de merenda escolar em mais de 90% nos últimos três anos. Desde 2013, o número de crianças beneficiadas caiu de 200 mil para 15 mil.
No Senegal, os fundos serão necessários para entregar refeições a menos de um quinto dos alunos. Na Mauritânia e nos Camarões, a assistência do PMA precisou ser cortada pela metade em janeiro e em maio.
O problema é que a população de muitos países da África Central e Ocidental já enfrenta fome e malnutrição. Com os conflitos armados, as escolas acabam por ser um refúgio para crianças e muitas vezes o único local onde recebem refeições.
O PMA necessita, com urgência, de US$ 48 milhões para continuar a entregar refeições para alunos das duas regiões africanas.
Estudos da agência mostram que, para cada dólar investido em projetos de merenda escolar, existe um retorno econômico entre US$ 3 e US$ 8, uma vez que a produtividade aumenta. Além disso, quando se tornam adultos, esses alunos têm mais chances de melhorar a saúde de seus filhos.
Garantir que nenhuma pessoa passe fome no mundo até 2030 faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, um conjunto de metas estabelecidas pelos Estados-membros da ONU em setembro de 2015. Doadores importantes para os projetos do PMA na África são Canadá, União Europeia, Japão, Luxemburgo, Arábia Saudita e Estados Unidos.