A Covid-19 causou danos sem precedentes em todo o mundo. A ausência do ambiente escolar também potencializou algumas condições em diferentes comunidades do continente. Um estudo da ONG World Vision Internacional revela que cerca de 1 milhão de meninas não conseguiram regressar à escola na África Subsaariana devido à gravidez em tempo de medidas para controlar a Covid-19.
Uma nota da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) destaca ainda a interrupção de serviços que colocou milhões de vidas em risco e o fecho de escolas em 194 países. No início da pandemia, a agência lançou a Coalizão Global para Educação que incentiva a colaboração e o intercâmbio para proteger o direito à educação em tempos de pandemia.
Efua engravidou com 17 anos, quando ela se preparava para concluir o ensino básico. Fora da escola e com o negócio da mãe afetado pelo confinamento, Efua sofreu exploração sexual de um homem que se aproveitou da dificuldade financeira da mãe provocada pela queda das vendas de salmão.
A Coalizão Global para Educação quer garantir que meninas como Efua continuem estudando depois de dar à luz, independentemente dos desafios e do estigma associados. A ideia é ajudá-las a alcançar os seus objetivos. A Unesco conta com mais de 140 entidades associadas ao projeto em todo o mundo, desde entidades da ONU, da sociedade civil, da academia e do setor privado.
A Unesco realça o papel da World Vision Gana e outros parceiros que desenvolvem leis com as autoridades para aplicar, proibir e sancionar os responsáveis pela exploração sexual ou abuso contra meninas. Estas medidas estrariam em vigor enquanto se aguarda pela conclusão do processo de revisão constitucional.