A caça ilegal na África matou, em 2014, a um rinoceronte a cada oito horas. Estima-se que venda de seus chifres tenha alcançado entre 63 e 192 milhões de dólares. Este é um dos exemplos que mostra como o comércio ilegal de animais selvagens degrada os sistemas ecológicos, mina a capacidade de um país de controlar esta caça e como o tráfico ilícito dificulta os esforços das comunidades rurais que lutam para administrar seus recursos naturais de maneira mais sustentável.
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Ao marcar o Dia Mundial da Vida Selvagem, comemorado nesta terça-feira (03), o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que combater este crime não é só uma questão de conservação e desenvolvimento sustentável, mas um ato que “contribui para a paz e segurança em regiões problemáticas onde os conflitos são alimentados por estas atividades ilegais.”
Com o tema “é hora de levar a sério o crime contra a vida selvagem”, o Dia enfatiza a importância de engajar todos os setores da sociedade que produzem e consomem produtos derivados de animais selvagens, incluindo remédios, alimentos, material de construção, móveis, cosméticos, roupas e acessórios.
De acordo com a ONU, mais de 100 mil elefantes africanos foram mortos entre 2010 e 2012 e sua população diminuiu 62% entre 2002 e 2011. Na Ásia, a retirada do marfim do elefante gera entre 165 e 188 milhões de dólares, cifra que não se reduz com o tempo e que indica que o número de elefantes no mundo cairá drasticamente nos próximos anos.
“O crime contra a vida selvagem é um dos crime organizado transnacional que gera bilhões de dólares e mina o desenvolvimento. É também um crime inter-geracional que pode deixar cicatrizes no mundo através da perda de algumas de suas criaturas mais bonitas. Para parar isso, devemos atuar agora”, pediu o diretor executivo do Escritório da ONU sobre Drogas e Crime (UNODC), Yury Fedotov.