A menor taxa de transmissão, contudo, sugere um surto mais prolongado ao longo de alguns anos, de acordo com o estudo que também revelou que os países africanos menores, juntamente com a Argélia, África do Sul e Camarões, corriam um risco elevado se não fosse dada prioridade às medidas de contenção.
As medidas de confinamento, que incluem o rastreio dos contatos, isolamento, melhoria das práticas de higiene pessoal e afastamento físico, visam retardar a transmissão do vírus para que os seus efeitos possam ser mais controlados pelo sistema de saúde.
“Embora a Covid-19, provavelmente, não se espalhe tão exponencialmente em África como em outras partes do mundo, é provável que se espalhe de forma lenta nos focos de transmissão. A Covid-19 poderá se tornar um marco nas nossas vidas nos próximos anos, a menos que muitos governos da região adotem uma abordagem pró-ativa”, afirmou Matshidiso Moeti, diretor regional da OMS para África.
O número previsto de casos que exigiriam hospitalização iria ultrapassar a capacidade médica disponível em grande parte de África. Estima-se que haverá entre 3,6 milhões e 5,5 milhões de hospitalizações por Covid-19, das quais entre 82 mil e 167 mil seriam casos graves. Um número tão elevado de doentes nos hospitais sobrecarregaria as capacidades de saúde dos países.
Um inquérito aos serviços de saúde na região africana, realizado em março de 2020 com base em auto-relatos de 47 países à OMS, revelou que existiam, em média, nove camas de unidades de cuidados intensivos por 1 milhão de pessoas. Todos os países da Região Africana da OMS estão utilizando esses resultados através das Representações da OMS nos países para informar as suas ações de contenção.