Rio – Alarmados pela ameaça de disseminação da pólio em Kordofan do Sul, membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas apelaram ao governo sudanês para realizar uma campanha de vacinação para conter a propagação da doença.
Em um comunicado à imprensa na semana passada, os membros do Conselho expressaram preocupação com a ameaça iminente de propagação da poliomielite na província de Kordofan do Sul, no Sudão, e com o surto contínuo da doença no Chifre de África.
Eles chamaram o governo e o grupo militante Movimento de Libertação do Povo do Sudão-Norte (SPLM-N) a resolver urgentemente as diferenças sobre os planos técnicos necessários, inclusive em relação ao acesso seguro de agentes humanitários para a implementação da campanha de vacinação contra a poliomielite.
Uma proposta de acesso humanitário foi enviada às partes pelo Escritório da ONU de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A campanha de vacinação de duas semanas está prevista para ocorrer nas províncias de Kordofan do Sul e Nilo Azul a partir de 5 de novembro.
Os membros do Conselho de Segurança reiteraram seu apoio ao trabalho da ONU a este respeito e incentivaram o secretário-geral da Organização, Ban Ki-moon, a se envolver com ambos os lados para garantir a vacinação nas próximas semanas.
A poliomielite é uma doença infecto-contagiosa aguda, causada por um vírus que vive no intestino, denominado Poliovírus. Embora ocorra com maior frequência em crianças menores de quatro anos, também pode ocorrer em adultos.
O período de incubação da doença varia de dois a trinta dias sendo, em geral, de sete a doze dias. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a maior parte das infecções apresenta poucos sintomas (forma subclínica) ou nenhum e estes são parecidos com os de outras doenças virais ou semelhantes às infecções respiratórias como gripe – febre e dor de garganta – ou infecções gastrintestinais como náusea, vômito, constipação (prisão de ventre), dor abdominal e, raramente, diarreia.
Cerca de 1% dos infectados pelo vírus pode desenvolver a forma paralítica da doença, que pode causar sequelas permanentes, insuficiência respiratória e, em alguns casos, levar à morte.
Com informações da ONU