Quase 1 bilhão de pessoas serão vacinadas contra a febre amarela em 27 países africanos de alto risco até 2026. A iniciativa conta com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), da ‘Gavi – the Vaccine Alliance’, do UNICEF e de mais de 50 parceiros na área de saúde.
O compromisso faz parte da estratégia ‘Eliminate Yellow fever Epidemics’ (EYE) na África, que foi lançada por Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS; pelo professor Isaac Folorunso Adewole; pelo Ministro da Saúde da Nigéria; e parceiros em uma reunião regional em Abuja, Nigéria, nesta terça-feira (10).
“O mundo está enfrentando um aumento do risco de surtos de febre amarela e a África é particularmente vulnerável”, disse Tedros. “Com uma injeção, podemos proteger as pessoas por toda a vida contra esse patógeno perigoso. Esse compromisso dos países sem precedentes garantirá que até 2026 a África esteja livre de epidemias de febre amarela.”
O lançamento regional da estratégia EYE reuniu representantes dos principais países africanos, OMS, UNICEF, Gavi e outros parceiros que estão desenvolvendo um roteiro sobre como implementar o projeto em nível nacional. Esses esforços para a implementação seguem o endosso da estratégia, feito pelos ministros da saúde africanos no 67º comitê regional da OMS em setembro de 2017.
Os objetivos da estratégia são proteger as populações em risco por meio de campanhas preventivas de vacinação em massa e programas de imunização de rotina, impedindo a disseminação internacional e contendo epidemias rapidamente; bem como desenvolver uma forte vigilância com redes laboratoriais robustas.
O UNICEF disponibilizará vacinas, defenderá um maior compromisso político e fornecerá apoio na vacinação de crianças por meio de imunização de rotina, bem como durante os surtos da doença.
“Hoje, a ameaça da febre amarela parece maior do que nunca, especialmente para milhares de crianças em toda a África”, disse Stefan Peterson, chefe de saúde do UNICEF. “Considerando que quase metade das pessoas a serem vacinadas são crianças com menos de 15 anos de idade, esta campanha é fundamental para salvar vidas de crianças e percorrerá um longo caminho para erradicar a febre amarela.”
Depois que surtos de febre amarela em cidades densamente povoadas em Angola e na República Democrática do Congo causaram 400 mortes em 2016, essa doença hemorrágica viral aguda ressurgiu como uma séria ameaça global à saúde pública.
A experiência na África Ocidental demonstra que a estratégia pode funcionar. Quando a febre amarela ressurgiu como problema de saúde pública no início dos anos 2000, os países da região controlaram a epidemia por meio de campanhas preventivas em massa, combinadas à imunização de rotina. Nenhuma epidemia de febre amarela foi registrada desde então em países que implementaram essa abordagem com sucesso.